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WASHINGTON, 6 JAN (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está pressionando seu vice, Mike Pence, a não certificar a vitória do democrata Joe Biden nesta quarta-feira (06), data em que o Congresso se reúne para confirmar os resultados eleitorais do dia 3 de novembro.
A pressão é pública e vem aumentando tanto nos comícios que Trump fez na Geórgia como através de sua conta no Twitter.
“Se o vice-presidente Mike Pence vier ao nosso lado, nós vamos vencer a Presidência. Muitos estados querem cancelar o erro que cometeram ao certificar números incorretos e até mesmo fraudulentos em um processo não aprovado pelas legislaturas estaduais (o que deve ser feito). Mike pode mandar isso de volta”, escreveu Trump em sua conta.
Novamente, o mandatário fez acusações que não foram comprovadas e que foram rejeitadas em mais de 50 tribunais do país – incluindo a Suprema Corte – de que houve fraudes no processo eleitoral de 3 de novembro. Além disso, a vitória do democrata Joe Biden, além de ser certificada por todos os estados, já foi confirmada pelo Colégio Eleitoral em dezembro.
Trump não aceita sua derrota nas urnas e é o primeiro na história moderna a não reconhecer a vitória do adversário. No entanto, segundo o jornal “The New York Times”, Pence informou ao mandatário que “não tem poder” para impedir uma certificação presidencial.
A reunião do Congresso desta quarta-feira é apenas um passo formal para a certificação do nome do vencedor, apesar de deputados e senadores poderem fazer objeções. Ela marca o fim oficial do processo eleitoral e nunca na história do país houve algum bloqueio do nome escolhido pelo Colégio Eleitoral – ainda mais quando o vencedor teve um vitória tão grande de 306 a 232.
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A sessão está marcada para começar às 13h (15h no horário de Brasília) sob a presidência de Pence. Alguns senadores informaram que podem abrir objeções sobre os estados acusados por Trump de fraudarem resultados: Wisconsin, Pensilvânia, Michigan, Geórgia, Arizona e Nevada.
Nesse caso, a reunião é interrompida e as duas Casas debatem o tema em, no máximo, duas horas. A reclamação só é acatada se houver concordância dos dois lados, o que é praticamente impossível de acontecer porque a Câmara dos Representantes é controlada pelos democratas. O dano maior que pode acontecer é apenas atrasar a certificação de Biden.
A posse presidencial de Biden e de sua vice, Kamala Harris, está marcada para 20 de janeiro. (ANSA).