Empresas oferecem até 70% de cashback na Black Friday; saiba onde encontrar e quais cuidados tomar

É possível conseguir descontos de 2%, 5%, 50% ou até mesmo 100% do valor pago. Mas, para fazer um bom negócio, é preciso atenção

Giovanna Sutto

Tela de celular: internet e aplicativos de mensagens substituíram serviços de voz no setor (Shutterstock)
Tela de celular: internet e aplicativos de mensagens substituíram serviços de voz no setor (Shutterstock)

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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira (27), acontece a Black Friday em todo o país e, em meio ao ano atípico devido à pandemia e ao aumento de vendas online, a data promete movimentar o e-commerce brasileiro.

A estimativa é que sejam feitos 10,9 milhões de pedidos entre os dias 26 e 27 de novembro, alta de 77,2% sobre o mesmo período do ano passado, segundo estudo da Neotrust, empresa que pertence ao grupo da ClearSale, e feito em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). E o volume de compras deve chegar a R$ 6,9 bilhões nos dois dias, o que representa um crescimento de 77% em relação a 2019.

“A Black Friday deste ano deve ter resultados ainda mais expressivos que os do ano passado, impulsionados pelo crescimento do e-commerce durante o isolamento social. Além de trazer mais conforto e agilidade, o ambiente online também pode gerar economia ao consumidor na hora da compra”, explica André Dias, CEO da Neotrust.

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Para os consumidores, os especialistas recomendam se preparar para as compras e comparar as opções para aproveitar a data sem gastar muito. Nesse contexto, uma alternativa interessante é o cashback.

O termo quer dizer “dinheiro de volta”, em tradução livre, e basicamente permite que o consumidor receba um crédito para usar em compras futuras. “O conceito surgiu nos Estados Unidos e é relativamente recente no Brasil. As primeiras aparições de cashback são de 2008, mas nos últimos cinco anos ele se disseminou com mais força”, diz Paulo Cesar Porto Martins, professor da Escola de Negócios e coordenador da Hotmilk, ecossistema de inovação da PUC-PR.

O cashback pode ser visto como uma versão 2.0 da política de pontos de cartão de crédito, segundo Martins. “Em vez de o cliente acumular pontos e trocar por produtos, que é uma política menos tangível, já que cada ponto tem um valor, o cashback é uma estratégia mais moderna e agressiva das empresas. Em vez de pontos, devolvo dinheiro para o cliente. O que é atrativo”, diz.

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Ele acrescenta que o cashback é uma estratégia usada pelas empresas com o objetivo de estimular uma nova compra e fidelizar o cliente.

“Funciona como uma espécie de desconto adiado. Primeiro o cliente compra e depois recebe o desconto, que vem em forma de dinheiro ou mesmo em crédito para usar na loja. A loja oferece o produto e se propõe a devolver uma parte do valor. Essa devolução costuma cair na conta digital da própria loja ou em algum app parceiro, e não na conta corrente do cliente, por exemplo”, diz o professor da PUC.

Mas vale ficar atento: em alguns casos, o resgate do valor é dificultado, de acordo com Martins. “Muitas vezes, a pessoa precisa ir na loja física, ou fazer um cadastro, por exemplo, o que desincentiva o uso. Então, o dinheiro está ali pronto para ser usado em uma próxima compra. É um jogo psicológico”, explica.

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Por isso, a Black Friday costuma ser uma data em que oferecer o cashback faz ainda mais sentido para atrair novos clientes e fidelizá-los. “É uma data em que já há uma propensão de compra e o cashback funciona como um incentivo a mais para o consumidor”, pontua Martins.

Dicas para aproveitar o cashback na Black Friday

As compras com cashback podem garantir retornos de 2%, 5%, 50%, 70% ou até mesmo 100% do valor pago e cada loja define como vai ofertar essa possibilidade. Porém, para fazer um bom negócio especialmente na Black Friday, é preciso prestar atenção a alguns pontos.

“Apesar de o cashback ser um recurso disponível para o cliente, não significa que o produto que tiver essa opção será a melhor escolha na hora da compra na Black Friday. O consumidor precisa fazer contas e analisar as opções disponíveis antes de decidir”, diz Martins.

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“Compare os preços, preste atenção à reputação da loja, ao custo do frete, prazo de entrega, se há desconto ou não. O segredo é evitar a compra por impulso e não usar o cashback como fator único na decisão. Pode valer a pena em alguns casos, mas nem sempre será assim”, completa.

Segundo Martins, em alguns casos, pode dar menos dor de cabeça abrir mão de um cashback alto em uma loja desconhecida para comprar algo em uma loja que você sabe que é segura. Ou ainda, vale mais a pena ter o frete grátis do que um cashback baixo.

Rafael Schiozer, professor de finanças da FGV, lembra que não existe almoço grátis. “É um recurso que o cliente recebe, mas o valor abatido está embutido no preço final do produto. Mesmo não sendo explícito, não há milagre: se a pessoa compra uma TV e recebe R$ 100 de volta, esse valor provavelmente está diluído nas parcelas que paga”, diz.

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Se a empresa não embute o custo do cashback no preço do produto, o valor sai de sua margem. As lojas não querem perder dinheiro, mas também não querem perder clientes. Então, usam o cashback como plano de fidelização.

“É possível sair da margem, é uma escolha estratégica. A empresa abdica desse valor a fim de reter o cliente e vender mais para ele no longo prazo, por exemplo”, diz Martins.

De qualquer maneira, o professor da PUC afirma que, “via de regra, o desconto à vista gera uma economia direta e tende a compensar mais que o cashback, principalmente na Black Friday porque a pessoa já economiza naquele momento”. E se o cliente não for muito disciplinado com as contas, ficar sempre com um “crédito” para a próxima compra pode incentivar o descontrole financeiro.

Onde encontrar cashback

O InfoMoney contatou algumas empresas que oferecem cashback para checar as condições oferecidas na Black Friday. Confira:

Méliuz 

O Méliuz, startup de cashback e cupons de desconto, vai devolver até 50% do valor das compras iniciadas pelo site ou app da plataforma. O benefício é cumulativo com os descontos oferecidos na data.

São mais de 40 lojas e marcas, de diferentes categorias e produtos, como Amazon, Submarino, Ponto Frio, Casas Bahia, Extra, Dell, Farm, Centauro, L’Occitane, Lenovo, Acer, HP, Adidas, Tok&Stok, entre outras.

Para conseguir o cashback nas compras da Black Friday, o consumidor precisa se cadastrar no app, acessar o site da campanha, buscar pela loja de sua preferência, ativar o cashback (que aparece como um botão, assim que o cliente clicar na loja escolhida) e finalizar a compra no site da loja, que será aberto automaticamente.

“Após a confirmação da compra, o cashback é creditado no extrato do Méliuz e, ao completar R$ 20 de saldo disponível, o usuário pode resgatar o valor para sua conta corrente ou poupança, sem nenhum custo. O serviço é gratuito”, explicou a empresa em nota.

O cliente que ativar o cashback via Méliuz tem um aumento de cashback de 2,5% para 6,5% na Adidas, por exemplo, ou de 6% (ante 3%) na Amazon, enquanto o Submarino aumentou de 3% para 4,5% nesta semana.

Ainda, o programa de antivírus Norton está com 50% de cashback até sexta. Boa parte das empresas preparam condições especiais especificamente para a sexta-feira (27) e devem aumentar ainda mais os cashbacks, como é o caso do Booking.com, que está atualmente com 5% de cashback, mas que aumentará para 10% nesta sexta.

Ame Digital 

A Ame Digital, carteira digital do grupo B2W (dono da Americanas.com, Submarino e Shoptime), também está oferecendo promoções com cashback que podem devolver até 70% do valor pago ao cliente que pagar uma compra com o app Ame Digital em uma das lojas parceiras. Ou ainda, até R$ 1.500 de cashback na compra de eletrônicos, até R$ 1.200 em eletrodomésticos e até R$ 800 em computadores.

Na Americanas, os preços e cashbacks de até 50% valem até a Cyber Monday, que acontece na próxima segunda-feira (30), e o cliente pode comprar e escolher como e onde quer receber os produtos, incluindo as lojas físicas da Americanas e de parceiros, com entrega em até três horas.

Entre as promoções estão um faqueiro de aço inox da Charlotte, com 24 peças, que custa R$ 39,99 e tem 50% de cashback – se o cliente pagar com o Ame Digital-, ou ainda, um guarda-roupa de casal que custa R$ 999,90 e também tem 50% de cashback. Outra opção é uma cama box king com colchão de molas ensacadas que custa R$ 3.599,90, mas conta com 70% cashback pagando com o super app Ame Digital

Já na Shoptime, outra parceira do app, tem entre as opções um futon dobrável por R$ 199,90 que tem 30% de cashback.

Magazine Luiza 

O Magazine Luiza também está com algumas ofertas especiais na Black Friday.

Em nota ao InfoMoney, a empresa destacou alguns produtos como o Samsung Galaxy A21 de 64GB, que custa R$ 1.499, ou o Motorola One Fusion de 128 GB, que custa R$ 1. 500, e que nesta semana de Black Friday estão com R$ 50 de cashback.

Outra opção é uma caixa de som da Mondial, que custa R$ 195 e está com R$ 15 de cashback, ou ainda um aspirador de pó da Philco que custa R$ 239,90 e o cliente recebe R$ 20 de volta.

Os valores que os clientes recebem de volta são depositados no Magalu Pay, a conta digital da varejista.

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Giovanna Sutto

Jornalista com mais de 6 anos de experiência na cobertura de finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.