Inflação medida pelo IPCA sobe 0,86% em outubro, em linha com o esperado pelos economistas

A expectativa era de alta de 0,84% na base mensal, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)
(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,86% em outubro na comparação com setembro, mostrou nesta sexta-feira (6) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior resultado para um mês de outubro desde 2002 (1,31%).

A expectativa era de alta de 0,84% na base mensal, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, contra 0,64% na leitura anterior; no comparativo anual, a projeção era de alta de 3,9% após avanço de 3,14% na medição anterior.

No ano, o indicador acumula alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima dos 3,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a variação havia sido de 0,10%.

A maior variação (1,93%) e o maior impacto (0,39 p.p.) no índice do mês vieram do grupo Alimentação e bebidas, que desacelerou em relação a setembro (2,28%). Houve altas em outros sete grupos. O segundo maior impacto (0,24 p.p.) veio dos Transportes (1,19%), enquanto a segunda maior variação veio dos Artigos de residência (1,53%), que contribuíram com 0,06 p.p. no resultado geral. Outro destaque no lado das altas foi o grupo Vestuário (1,11%), que acelerou frente a setembro (0,37%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,04% em Educação e a alta de 0,36% em Habitação.

A desaceleração observada no grupo Alimentação e bebidas (1,93%) ocorreu principalmente em função de altas menos intensas em alguns alimentos para consumo no domicílio (2,57%), como o arroz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%). As variações no mês anterior haviam sido de 17,98% e 27,54%, respectivamente.

Por outro lado, a alta no preço do tomate (18,69%) foi maior que em setembro (11,72%) e itens cujos preços haviam recuado no mês anterior, como as frutas (-1,59%) e a batata-inglesa (-6,30%), registraram alta em outubro (de 2,59% e 17,01%, respectivamente). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).

Continua depois da publicidade

A alimentação fora do domicílio passou de 0,82% em setembro para 0,36% em outubro, influenciada principalmente pelas altas menos intensas da refeição (0,41%) e do lanche (0,42%), que haviam subido 0,66% e 1,12%, respectivamente, no mês anterior.

No grupo dos Transportes (1,19%), a maior variação veio das passagens aéreas (39,83%), que contribuíram com 0,12 p.p. no IPCA de outubro, maior impacto individual no índice do mês. Houve alta nos preços das passagens em todas as regiões pesquisadas, que foram desde os 21,66% de Porto Alegre até os 49,71% de Curitiba. A segunda maior contribuição no grupo (0,04 p.p.) veio da gasolina, cujos preços subiram 0,85%, desacelerando em relação à alta de 1,95% observada no mês anterior. Outro destaque foi o seguro voluntário de veículo, com aumento de 2,21%, após sete meses consecutivos de quedas.

A segunda maior variação em outubro veio dos Artigos de Residência (1,53%), cuja alta foi influenciada, principalmente, pelos eletrodomésticos e equipamentos (2,38%), que aceleraram frente a setembro (0,47%) e contribuíram com 0,02 p.p. no índice do mês. Também houve aceleração nos itens cama, mesa e banho (de 0,82% para 1,92%), mobiliário (de 1,10% para 1,55%), consertos e manutenção (de 0,47% para 1,30%) e utensílios e enfeites (de 0,46% para 0,72%). Os preços dos artigos de tv, som e informática (1,07%) também subiram, mas desaceleraram frente a setembro (1,99%).

Continua depois da publicidade

O grupo Vestuário (1,11%) teve alta pelo segundo mês consecutivo, acelerando em relação a setembro (0,37%). As joias e bijuterias subiram 1,98% e acumulam no ano alta de 13,66%. Os preços das roupas masculinas (1,76%), femininas (0,79%) e infantis (1,00%) também subiram, bem como os dos calçados e acessórios (0,78%).

Em Habitação (0,36%), o maior impacto no índice do mês (0,01 p.p.) veio do gás de botijão (1,27%). O resultado da energia elétrica, por sua vez, ficou em 0,03%, com as áreas variando entre os -2,71% de São Luís até o 1,55% de Porto Alegre. Houve reajustes ou reduções tarifárias em três regiões: Brasília (-0,44%): redução de 0,63%, vigente desde 22 de outubro; Goiânia (0,45%): reajuste de 2,57%, válido desde 22 de outubro; e São Paulo (-0,21%): reajuste de 3,87% em uma das concessionárias, em vigor desde 23 de outubro. Em São Paulo, apesar do reajuste tarifário, houve redução na alíquota de PIS/COFINS em uma das concessionárias pesquisadas, o que fez com que o resultado da área tenha ficado negativo.

Ainda em Habitação, cabe mencionar também a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,29%), que reflete o reajuste de 5,88%, a partir de 1º de outubro, nas tarifas de uma das concessionárias de Porto Alegre (2,70%).