Alaska: como posições voltadas para proteção da carteira se voltaram contra fundo de ações no 1º semestre

Fundo Alaska Black amargou perdas da ordem de 56% na primeira metade do ano, pressionado por posições como apostas na queda do dólar

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)
(Getty Images)

SÃO PAULO – Pressionado pelas posições supostamente voltadas para proteção do portfólio e pelas de macro, bem como pela exposição ao setor de educação, o fundo Alaska Black teve um dos piores desempenhos do mercado em meio à pandemia de coronavírus, com perdas da ordem de 56% no primeiro semestre.

No período, o Ibovespa registrou queda de 17,8%, enquanto o CDI, principal benchmark de renda fixa, teve variação de 1,8%.

Em carta enviada a cotistas referente aos primeiros seis meses do ano, a Alaska Asset destacou as perdas de 28,7% das posições de hedge (proteção) e macro, em especial nas posições vendidas (aposta na queda) em dólar contra o real. Houve ainda contribuição negativa de 6,3% dos papéis de educação, além da baixa de 4,7% em nomes de transporte.

Dos 17 setores que constituem o desempenho do fundo Alaska Black Master FIA, apenas quatro não apresentaram queda no período. O destaque positivo ficou com as posições em consumo, com ganhos de 1,6% na primeira metade do ano.

A casa é conhecida por sua grande exposição aos papéis do Magazine Luiza (MGLU3), varejista que acumula ganhos de 88% no ano e que fechou o primeiro semestre com alta de 69,5%.

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De acordo com o documento, em meio às incertezas provocadas pela pandemia, a gestora deu preferência a empresas que já conhecia e procurou oportunidades em companhias mal precificadas, com um bom time de gestão.

“Acreditamos que um grupo coeso, com os mesmos propósitos e valores, e com uma cultura corporativa enraizada, consegue agir coordenadamente e mais agilmente nos diversos cenários, não apenas nas crises. E isso é refletido em forma de resultado positivo ao longo do tempo, independente se acreditamos que o próximo ano será promissor ou não”, escreve a asset.

Sem citar nomes, a Alaska conta que optou por tirar cinco papéis nos primeiros seis meses do ano: um do setor de consumo, outro de aço, um do setor de óleo e gás e, por último, dois do setor industrial.

Houve ainda a entrada de três novos ativos: um do setor de energia e dois papéis de consumo. Atualmente, o portfólio do Alaska Black conta com 19 ativos e o fundo cai 52,8% no ano até o dia 21 de setembro.

Em junho, Henrique Bredda, sócio da gestora, afirmou durante live promovida pelo portal Eu Quero Investir que havia reforçado as posições dos fundos da Alaska em dois investimentos conhecidos da casa: Magazine Luiza e Cogna. “Em momentos de dúvida, o melhor é voltar aos planos originais.”

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