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SÃO PAULO – A produção industrial brasileira cresceu 8,9% em junho na comparação com maio, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (4). O número veio acima da mediana das projeções dos economistas, que esperavam uma alta de 8% segundo o consenso Bloomberg.
No mês passado a produção industrial já havia avançado, 8,2%, em revisão depois da alta divulgada de 7%.
Já na comparação com junho de 2019, o recuo da atividade da indústria foi de 9%, ante a retração de 10% registrada no mês anterior e ante estimativa de queda de 10,1%. Em maio, a produção industrial desabou 21,9% sobre o mesmo mês do ano passado.
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Com a baixa na base anual, de 9%, este foi oitavo resultado negativo seguido nessa comparação. Assim, os índices do setor industrial foram negativos tanto para o fechamento do segundo trimestre de 2020 (-19,4%), como para o acumulado do primeiro semestre do ano (-10,9%). Em 12 meses, a queda foi de 5,6%, recuo mais intenso desde dezembro de 2016 (-6,4%).
Com a alta de 8,9% em junho de 2020, esta foi a sua maior taxa desde junho de 2018 (12,5%) e mostrando crescimento pelo segundo mês seguido. Mesmo assim, a produção industrial elimina apenas parte da queda de 26,6% acumulada no período março-abril de 2020. No resultado de junho, houve comportamento positivo disseminado, explicado pelo aumento do ritmo produtivo, após o aprofundamento das paralisações ocorridas em diversas plantas industriais, em março e abril, por conta da pandemia da COVID-19, destaca o IBGE.
“Mesmo com o desempenho positivo mais acentuado nesse mês, o setor industrial ainda se encontra 27,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral permanece em queda, com o total da indústria recuando 1,8% em junho de 2020 frente ao nível de maio, mantendo, dessa forma, a trajetória predominantemente descendente iniciada em outubro de 2019”, aponta o IBGE.
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O avanço de 8,9% da atividade industrial de maio para junho de 2020 teve crescimento generalizado, alcançando todas as grandes categorias econômicas e a maior parte (24) dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades, a influência positiva mais relevante foi de veículos automotores, reboques e carrocerias, que avançou 70,0%, impulsionada pelo retorno à produção de unidades paralisadas por causa da pandemia da COVID-19.
Com esses resultados, veículos automotores, reboques e carrocerias acumulou alta de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimento, mas ainda se encontra 53,7% abaixo do patamar de fevereiro último.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de bebidas (19,3%), de indústrias extrativas (5,5%), de produtos de borracha e de material plástico (17,3%), de outros equipamentos de transporte (141,9%), de produtos de minerais não-metálicos (16,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (24,4%), de outros produtos químicos (7,1%), de máquinas e equipamentos (10,6%), de produtos de metal (13,1%), de produtos têxteis (34,2%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (15,1%), de impressão e reprodução de gravações (63,4%) e de móveis (28,5%).
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Por outro lado, os dois resultados negativos do mês foram nos ramos de produtos alimentícios e de coque e em produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, ambos com queda de 1,8%. O primeiro eliminou parte do ganho de 3,6% acumulado nos meses de abril e maio e o segundo voltou a recuar, após expansão de 16,3% em maio último, quando interrompeu três meses de consecutivos de redução na produção e que acumularam perda de 20,1%.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a maio de 2020, bens de consumo duráveis, ao crescer 82,2%, e bens de capital (13,1%) mostraram as maiores taxas positivas em junho de 2020, com ambos apontando o segundo mês seguido de expansão e acumulando nesse período avanços de 287,4% e 47,3%, respectivamente. Vale citar que, mesmo com esses resultados positivos, esses segmentos ainda se encontram bem abaixo do patamar de fevereiro último: -40,1% e -27,1%, respectivamente.
Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (6,4%) e de bens intermediários (4,9%) também assinalaram taxas positivas em junho de 2020, com ambos avançando abaixo da média da indústria (8,9%), mas marcando o segundo mês consecutivo de crescimento e acumulando nesse período ganhos de 17,7% e 10,7%, respectivamente.