Ibovespa Futuro cai com preocupações pelo avanço do coronavírus ofuscando pacote de estímulos dos EUA

Pré-market mostra perdas depois do benchmark da B3 subir 2,05% na véspera

Ricardo Bomfim

Painel de cotações e gráfico no celular (Crédito: Shutterstock)
Painel de cotações e gráfico no celular (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em leve queda nesta terça-feira (28) após o índice à vista subir mais de 2% na véspera. No radar, o avanço no número de casos de coronavírus volta a preocupar os investidores, que temem novas medidas de isolamento social. Lá fora, os futuros dos índices americanos recuam puxados pelas ações do McDonald’s após um resultado muito fraco do fast food no segundo trimestre.

O número de contaminados confirmados pela Covid-19 no mundo chega a 16,4 milhões, com mais de 654 mil mortes.

Por outro lado, as expectativas seguem fortes para o pacote de US$ 1 trilhão em estímulos contra os impactos econômicos da pandemia que o líder da maioria no Senado dos EUA, o Republicano Mitch McConnell, revelou após o fechamento dos mercados ontem. O projeto envolve mais medidas de apoio a americanos desempregados, proteção ao financiamento de pequenos negócios, e prevê outro pagamento de US$ 1.200 para toda a população.

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Os investidores ainda esperam por uma mensagem mais dovish (favorável a relaxamento monetário) por parte do Federal Reserve na decisão de juros que será divulgada amanhã. Hoje é o primeiro dia de reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Às 09h13 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto tinha queda de 0,23% a 103.910 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,57% a R$ 5,1854 na compra e a R$ 5,1879 na venda. Já o dólar futuro para agosto tem alta de 0,73% a R$ 5,184.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 registra ganhos de dois pontos-base a 2,76%, o DI para janeiro de 2023 tem valorização de três pontos-base a 3,80% e o DI para janeiro de 2025 avança três pontos-base a 5,39%.

Já no Brasil, o governo de Jair Bolsonaro vê o risco de sua base de apoio na Câmara do Deputados ficar enfraquecida com o afastamento de DEM e MDB das articulações com o grupo de apoio ao presidente.

Também na política, a equipe econômica do governo pretende antecipar o envio das próximas etapas da Reforma Tributária ao Congresso até o dia 15 de agosto. Os pontos que ainda faltam são a desoneração da folha de pagamentos e a criação de um imposto sobre pagamentos eletrônicos.

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Articulação política

O movimento do DEM e do MDB, que somam 63 cadeiras na Câmara dos Deputados, de se afastar do grupo conhecido como “centrão” pode fazer com que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encontre dificuldade em emplacar o sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ), segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.

Com esse movimento, oposição e deputados independentes somam dois terços da Casa. O sinal é de que a maioria não pretende entregar o comando a um parlamentar com alinhamento forte ao presidente.

Além disso, dependendo de quantos partidos o PSL (antigo partido de Bolsonaro) conseguir carregar para o novo bloco que tenta formar na Câmara, a liderança de Arthur Lira (PP-AL), uma das principais do “centrão” pode ficar mais enfraquecida.

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Reformulação do Bolsa Família

O governo federal quer limitar famílias que recebem mais de um benefício social. Segundo o jornal “Folha de São Paulo”, essa é uma das formas encontradas para conseguir reformular o Bolsa Família e ampliar espaço no orçamento para a criação do Renda Brasil.

Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), do ano passado, mostra que 15,4 milhões de famílias recebem o abono salarial e também o salário-família. Esses benefícios estão na mira da equipe econômica para bancar o Renda Brasil.

Para o governo, esses dois benefícios atendem a pessoas que estão acima da linha da pobreza. Para convencer o Congresso a alterar programas sociais já existentes e fundi-los ao Renda Brasil, o governo pretende usar o argumento de que os recursos precisam ser mais bem distribuídos.

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Radar corporativo

As operadoras Telefônica, TIM e Claro apresentaram nova proposta de R$ 16,5 bilhões pelos ativos móveis da Oi. Essa proposta, segundo comunicado das empresas, considera a possibilidade de assinar com o Grupo Oi contratos de longo prazo para uso de infraestrutura.

A nova oferta é uma reação à proposta feita pela Highline do Brasil, que tem o fundo Digital Colony como investidor, pelos ativos móveis da Oi. O preço mínimo pedido pelo Oi por esses ativos é de R$ 15 bilhões.

Já o BNDES decidiu aceitar a oferta feita pela americana AES Corp pela sua fatia na AES Tietê.

Com a venda para a AES, o banco vai embolsar R$ 1,27 bilhão e ficar com cerca de 9% da companhia ainda em mãos. Agora, a AES vai levar a Tietê para o Novo Mercado.

A reunião entre diretoria e conselheiros do banco avaliou a nova proposta da Eneva na segunda-feira, mas considerou o volume de caixa como essencial e o risco societário alto e um processo potencialmente moroso na proposta da companhia.

A outra concorrente era a Eneva, mas o banco de fomento teria que aceitar uma parcela menor em dinheiro.

Pilotos da Latam Brasil rejeitaram proposta de acordo coletivo feita pela empresa em votação online organizada pelo Sindicato dos Aeronatuas (SNA), que representa a categoria.

O percentual de votos contrários foi de 89,3% entre comandantes, 88,9% entre copilotos e 88,6% entre comissários. A votação ocorreu entre os dias 23 e 27 de julho.

Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, o sindicato afirma que já informou o resultado à empresa e uma reunião foi agendada para esta terça.

Os pilotos aceitam uma redução temporária de jornada e salário por 18 meses, mas rejeitam a proposta da Latam de redução permanente na remuneração quando esse período acabar.

E na temporada de balanços, o Carrefour Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 713 milhões no segundo trimestre do ano, uma alta de 74,7% em relação ao igual período do ano anterior.

O Ebitda ajustado avançou 27,5% ano a ano, para R$ 1,42 bilhão. Já a margem chegou a 9%, 8,1% um ano antes. As vendas brutas, excluindo gasolina, aumentaram 18,3% no trimestre para R$ 17,3 bilhões.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.