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SÃO PAULO – Neste sábado (25), acontece mais uma greve dos entregadores de aplicativos em busca de melhores condições de trabalho e mudanças nas taxas de pagamento das principais empresas do setor como iFood, Rappi, Uber Eats, Loggi e outras. Essa é a segunda paralisação do movimento nacional #BrequeDosAPPs formado por entregadores de todo o país.
A primeira aconteceu em 1° de julho, em parceria com o SindimotoSP (Motoboys e Entregadores), e abriu portas para uma reunião com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, além de uma audiência conciliatória com as empresas de delivery em São Paulo, no último dia 14, quando houve outra paralisação.
Desta vez, a principal organizadora da greve é a Associação de Motofretista Autônomos e Entregadores do Distrito Federal (Amae-DF). Alessandro da Conceição, porta-voz da AMAE-DF, afirmou que as reivindicações continuam sendo as mesmas e devem acontecer no país todo, destacando São Paulo, Distrito Federal, Sergipe, Amazonas e Maranhão.
“Nosso objetivo é regulamentar a profissão. E seguimos buscando aumento da taxa por entrega realizada e do valor pago por quilômetro rodado; contratação de seguro de vida e contra roubo da moto; fim dos bloqueios e dos sistemas de pontuação”, disse Conceição.
Segundo ele, que esteve na reunião com Rodrigo Maia, no último dia 08, a ideia é unificar os 25 projetos de lei que estão no Congresso sobre o assunto. “Queremos selecionar os melhores pontos de cada um e seguir de forma organizada para termos mais direitos e segurança”, explica.
No país, a manifestação deve começar por volta das nove horas da manhã e durar o dia todo. Em Brasília, o grupo de entregadores seguirá para o Congresso Nacional. Conceição não deu uma estimativa de quantas pessoas são esperadas, mas na greve feita no início do mês cerca de 4 mil entregadores participaram.
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Alguns entregadores já relataram uma espécie de perseguição por parte das empresas de delivery após participação nos protestos, mas Conceição afirma que esse tipo de problema não surgiu com as greves e que em paralisações maiores e de projeção nacional raramente há problemas.
“Quando fazemos movimentos isolados é menos efetivo e ficamos sujeitos aos bloqueios. Já fui bloqueado com cerca de 50 entregadores em Brasília após uma paralisação regional”, explica.
Em São Paulo, o movimento está sendo organizado pelo “Treta no Trampo”, em parceria com a Amae-DF. Haverá concentrações de entregadores em alguns shoppings da região metropolitana, incluindo Shopping Center 3 (Centro), Shopping Morumbi (Zona Sul), Shopping Tatuapé (Zona Leste), Shopping Center Norte (Zona Norte), Shopping União (Osasco), e Shopping Grand Plaza (ABC).
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Rafael Monteiro, um dos porta-vozes, do Treta no Trampo, explicou que a greve é resultado de entregadores independentes que estão buscando seus direitos e não tem relação com outros grupos, como os Entregadores Antifascistas, que foi criado recentemente e também defende melhoria nas condições dos entregadores.
O InfoMoney entrou em contato com o grupo, que confirmou por nota não fazer parte da organização da paralisação, mas disse que apoia os atos.
Além disso, o Sindimoto-SP explicou que não participará do movimento porque entende que os encaminhamentos do judiciário por meio da audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) 2ª Região estão na direção certa.
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“Depois de duas manifestações bem-sucedidas, nos dias 01 e 14 de julho, promovidas pelo SindimotoSP, que mobilizaram cerca de 10 mil entregadores, o sindicato dos motoboys de São Paulo agora aguarda parecer do TRT 2ª Região em relação às ações civis públicas que têm por objetivo erradicar a precarização das relações trabalhistas”, diz a nota.
O SindimotoSP salientou que apoia a greve e que as pessoas podem ajudar não fazendo pedidos de refeições neste sábado.
Respostas
O InfoMoney entrou em contato com as principais empresas de delivery e aguarda os posicionamentos.
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A Rappi informou que já oferece “seguro contra acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental e que possui descontos em planos de saúde, na troca de óleo, para compra de rastreador de veículo, em estacionamentos de bicicletas próximos às estações de metrô e aulas de inglês online, além de Rappi Points (bases físicas para descanso, que estão fechadas devido à pandemia)”.
A empresa justificou o programa de pontos como uma forma de “trazer reconhecimento, preferência aos melhores prestadores de serviço para que tenhamos uma melhor entrega de experiência aos clientes finais, transparência e equilíbrio entre demanda e entregadores logados”.
O iFood, por sua vez, informou que já atende à maioria das reivindicações feitas pelos entregadores. “Operamos com valor mínimo de entrega de R$ 5, independentemente da distância percorrida, distribuimos equipamentos de proteção individual e para quem não retirou os kits de proteção repassamos o valor de R$ 30 para compra de materiais. Oferecemos também seguros de vida e contra acidentes”, disse a empresa em nota.