Ação da Cielo tem nova alta e salta mais de 30% em 4 pregões; Magalu sobe 3,7% e Eletrobras cai 2,5%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (18)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após abrir em queda em uma sessão de noticiário movimentado em meio a uma combinação de temor com segunda onda de coronavírus no exterior, reação ao Copom e maior tensão política após a prisão de Fabrício Queiroz, o Ibovespa se descolou das bolsas internacionais e fechou com ganhos na sessão desta quinta-feira (18).

Em destaque, as ações da Cielo (CIEL3, R$ 5,63, +8,69%) voltou subir forte, e já avançam mais de 30% na semana, em meio ao acordo com o WhatsApp (veja mais clicando aqui).

Os bancos chegaram a subir também, mas apenas o Itaú (ITUB4, R$ 27,55, +3,92%) conseguiu sustentar os ganhos até o fechamento, enquanto Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,40, -0,29%), Bradesco (BBDC3, R$ 20,45, -0,05%; BBDC4, R$ 22,30, -0,36%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 30,71, -0,87%) viraram para queda.

As varejistas avançaram, por sua vez, em meio ao novo corte de juros pelo Copom, além da sinalização de que “a porta está aberta” para um novo ajuste residual, a depender das condições econômicas em meio à pandemia do coronavírus. Magazine Luiza (MGLU3, R$ 69,70, +3,74%) foi destaque, com a maior alta dentro do setor.

A Eletrobras (ELET3, R$ 30,89, -2,56%; ELET6, R$ 32,18, -1,89%), por sua vez, teve uma sessão de queda após os ativos ON dispararem quase 10% na véspera. Segundo informações do jornal O Globo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja fazer quatro grandes privatizações este ano, incluindo Correios e Eletrobras na lista. A decisão foi tomada na última reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), na semana passada.

Contudo, vale ressaltar, parte dessas privatizações, incluindo a da Eletrobras, precisa passar pelo Congresso Nacional, sendo que ainda há muitas dúvidas sobre o apoio dos parlamentares à venda das estatais.

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A ação da Petrobras (PETR3, R$ 22,60, +1,57%; PETR4, R$ 21,60, +0,75%), por sua vez, teve leve alta, com o petróleo passando a subir cerca de 2%. A commodity se recuperou durante a manhã, com o WTI mantendo os US$ 38 após cair mais cedo com alta dos estoques americanos. Ainda no noticiário da companhia, a Petrobras que se prepara para vender sua participação na BR Distribuidora, segundo informa a Reuters.

Vale (VALE3, R$ 56,17, -0,05%)

A Vale recebeu autorização para retomar a operação no Complexo de Itabira. O aval foi dado pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho de Minas Gerais, que emitiu um termo permitindo a suspensão da interdição.

O complexo estava paralisado desde 5 de junho devido à ação de procuradores do Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT-MG), que apontaram riscos de contaminação pelo coronavírus.

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Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, a notícia é positiva para a Vale. No ano passado, o complexo produziu 36 milhões de toneladas. No entanto, eles não descartam que a Covid-19 possa causar novos impactos negativos na produção. “A implementação de padrões mais rígidos de segurança sanitária, níveis mais altos de absenteísmo e atrasos nos processos de licenciamento são exemplos de como a Covid-19 pode afetar a produtividade da mineração”, disseram em relatório a clientes.

Já o Itaú BBA lembrou que a paralisação de Itabira reduziu a produção da Vale em apenas 1 milhão de toneladas e que isso não irá afetar a meta de produção para o ano (310 a 330 milhões de toneladas). “Em nossa opinião, a Vale agora tem pleno conhecimento dos requisitos necessários de medidas preventivas que a Justiça do Trabalho considera importantes, o que poderia reduzir o risco de futuros fechamentos de outras operações.”

A Vale ainda informou que iniciou a fase de manutenção planejada da mina “Voisey’s Bayem Labrador”, no Canadá. Esse é o primeiro passo para a retomada das operações, o que deve ocorrer no início de julho.

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O retorno da produção se dá após um período de três meses de monitoramento da evolução da pandemia do novo coronavírus.

A retomada está prevista para julho, mas apenas em agosto a produção deve atingir a capacidade plena.

A mineradora informou ainda que fez uma parceria com um laboratório privado para fornecer testes a todos os empregados dessa operação.

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Petrobras (PETR3, R$ 22,60, +1,57%; PETR4, R$ 21,60, +0,75%) e BR Distribuidora (BRDT3, R$ 22,88, -0,48%)

A Petrobras está retomando os planos de venda de sua participação remanescente na BR Distribuidora, segundo informações da Reuters.

Segundo a reportagem, a empresa pretende tentar vender sua fatia no segundo semestre. A Petrobras tem uma fatia de 37,5% na distribuidora. Na noite de quarta-feira, a estatal enviou um comunicado confirmando a intenção da venda, mas indicando não ter prazo ou formato definidos.

CSN (CSNA3, R$ 11,65, +4,39%)

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou o aumento de preços para o aço em 10,5% a sua rede de distribuição, a partir do dia 1º de julho, segundo o jornal “O Estado de São Paulo”.

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A valorização do dólar e do minério de ferro, que segue acima de US$ 100 a tonelada, justificam a decisão.

A expectativa é que outras siderúrgicas, como Usiminas, também façam reajustes.

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 66,16, -0,81%)

No setor de varejo, o Grupo Pão de Açúcar aprovou a venda de três lojas da Sendas avaliadas em R$ 183,1 milhões.

Eucatex (EUCA3, R$ 29,90, +5,28%; EUCA4, R$ 6,06, +4,66%)

A fabricante de pisos Eucatex informou que garantiu na Justiça a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. A medida terá um impacto de R$ 126 milhões no balanço do segundo trimestre.

Para o aproveitamento dos créditos tributários, no entanto, é preciso que os valores sejam habilitados pela Receita Federal.

RD (RADL3, R$ 109,10, -2,03%)

A rede Raia Drogasil espera uma margem mais baixa no segundo trimestre do ano, mesmo com o reajuste do preço dos medicamentos já ter entrado em vigor. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o diretor de planejamento, Eugênio De Zagottis, informou ainda que as vendas estão abaixo do normal.

Em abril, a queda foi de 17% nas vendas no segmento de produtos farmacêuticos em relação a março.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, essa queda deve se repetir em maio, mas com a rede melhorando seus números em junho. “Para maio, estamos vendo um movimento semelhante, que deve repetir o resultado de abril, devido à antecipação de feriados. No entanto, em junho, esperamos uma retomada mais interessante das vendas, pois a quarentena é mais suave em São Paulo e as lojas localizadas em shopping centers (cerca de 5% das lojas da rede) estão voltando ao trabalho”, disseram, reforçando a recomendação “neutra” para as ações da empresa.

JBS (JBSS3, R$ 22,45, +0,31%)

A recomposição dos rebanhos na China segue o seu curso. Em maio, o crescimento foi de 3,9% na comparação com o mês anterior, segundo informou o Ministério da Agricultura do governo chinês. Os rebanhos na China foram dizimados entre 2018 e 2019, quando surgiu a peste suína africana. Agora, o governo trabalho para o restabelecimento dessas criações.

Na avaliação do Bradesco BBI, a aceleração dessa retomada chama atenção – no mês anterior, a alta havia sido de 2,8% e, em fevereiro, de 1,7%. “Se a China continuar acelerando essa recomposição, poderemos ver seu rebanho de suínos se recuperar para níveis anteriores à peste suína africana antes da nossa expectativa de 2022, o que veríamos como negativo para o setor de proteína”, disseram.

No entanto, os analistas não alteraram as projeções para o setor devido às limitações impostas pela Covid-19, que podem afetar a capacidade global de processamento de proteína, e o risco da aceleração da recomposição dos rebanhos suínos na China levar ao surgimento de novos casos da peste.

A JPS é a principal recomendação da instituição no setor de proteína, com preço-alvo de R$ 32.

Oi (OIBR3, R$ 1,09, +10,10%; OIBR4, R$ 1,44, +6,67%), Vivo (VIVT4, R$ 50,50, +1,61%) e TIM (TIMP3, R$ 14,61, -0,14%)

O governo federal publicou dois decretos que dispõem sobre teles. Ambos foram assinados na solenidade de posse do novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, e publicados em edição extra do Diário Oficial da União.

O decreto 10.402 trata das condições para renovação automática das frequências de telefonia celular, além das medidas para a migração dos regimes de concessões para autorização do serviço de telefonia fixa.

Já o decreto 10.401 altera o regulamento dos serviços de retransmissão e de repetição de TV para explicar de forma detalhada o conceito de “canal de rede”. A ideia é que o número de canal das emissoras seja o mesmo em diversas localidades para que o telespectador tenha facilidade em acompanhar a emissora de preferência.

De acordo com nota divulgada pela Secretaria-Geral da presidência da República, “por esse instrumento, uma mesma geradora de TV terá a possibilidade de ter um conjunto de canais digitais iguais para pareamento dos canais de retransmissoras de uma mesma concessionária”.

“O ‘Canal de Rede’ foi definido como um instrumento para priorizar a utilização de um mesmo canal já utilizado em determinado Estado ou Distrito Federal, caso a concessionária executante do serviço de radiodifusão de sons e imagens queira expandir seus sinais por meio de autorização de RTV”, diz a nota.

Ainda segundo o governo, a medida permite o uso racional do espectro ao manter o mesmo número de canal para a emissora e evitar o uso descoordenado de vários canais diferentes, de acordo com a localidade atendida. E, ao mesmo tempo, libera espectro de radiofrequência para que outras emissoras possam usar os canais restantes, sem interferência.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,00, -0,61%)

A Ecorodovias divulgou uma nova parcial de suas operações, dessa vez compreendendo o período entre 16 de março e 16 de junho de 2020. O volume de tráfego caiu 20,3% em relação a igual período do ano passado, para 71.439 veículos (leves e pesados).

Nesses três meses, o tombo maior se deu na Ecoponte e Ecopistas, com recuos de, respectivamente, 42,3% e 42,4%.

Em uma das principais concessões da empresa, a Ecovias (sistema Anchieta/Imigrantes), o recuo é de 24,1%.

Já no acumulado do ano, o tráfego soma 148.936 veículos, queda de 6,4%.

Guararapes (GUAR3, R$ 19,66, +19,22%)

Nevaldo Rocha, dono e presidente do Grupo Guararapes, faleceu aos 92 anos na noite desta quarta-feira (17), em sua residência em Natal (RN). A causa da morte ainda não foi revelada.

Nevaldo fundou a companhia, controladora da Riachuelo, ao lado do seu irmão Newton Rocha, em 1947. Veja mais clicando aqui. 

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(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.