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(Bloomberg) — A demanda chinesa por petróleo está quase nos níveis vistos pela última vez antes de Pequim impor um isolamento nacional para combater o surto de coronavírus, segundo pessoas com conhecimento das operações do setor de energia do país.
A China é a segunda maior consumidora de petróleo do mundo, atrás apenas dos EUA, e a rápida recuperação do país ajudou a reduzir a oferta no mercado de petróleo mais cedo do que o esperado. O petróleo WTI, que há um mês era negociado em território negativo, disparou na segunda-feira e chegou a ser negociado acima de US$ 30 o barril.
Em uma virada impressionante depois que a demanda chinesa caiu cerca de 20% quando o país paralisou as atividades em fevereiro, o consumo de gasolina e diesel se recuperou totalmente com a reabertura de fábricas e passageiros que preferem usar o carro em vez do transporte público, segundo pessoas que não quiseram ser identificadas.
Calcular o nível exato da demanda chinesa por petróleo em tempo real é um exercício difícil, mas executivos e operadores que monitoram o consumo do país disseram que o volume está em cerca de 13 milhões de barris por dia, pouco abaixo dos 13,4 milhões de barris diários em maio de 2019 e 13,7 milhões de barris por dia em dezembro de 2019. O número total seria maior se não fosse pela demanda por combustível de aviação, que ainda está bem abaixo do nível de um ano atrás, disseram.
A Agência Internacional de Energia, que publica estimativas de oferta e demanda, é muito mais pessimista sobre o consumo chinês. Em relatório da semana passada, a agência estimou que o gigante asiático consumiria menos petróleo todos os meses ao longo deste ano do que durante o mesmo período de 2019.
Nos últimos dias, refinarias de petróleo chinesas iniciaram uma onda de compras de barris no mercado físico, o que ajudou a recuperação dos preços. “Os chineses estão comprando tudo o que veem pela frente”, disse um executivo de uma grande trading.
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Os preços dos tipos de petróleo preferidos entre refinarias chinesas, que incluem o do campo de Lula, Djeno da República do Congo e Omã, se recuperaram em maio. Há um mês, o tipo Lula era negociado com desconto de cerca de US $ 6 o barril em relação ao Brent. Na segunda-feira, uma empresa chinesa comprou uma carga com prêmio de US$ 1 a US$ 1,50 por barril em relação ao Brent, disseram operadores.
“A demanda por petróleo na China começa a mostrar sinais otimistas de recuperação total, liderada pelo diesel”, disse Liu Yuntao, analista da consultoria londrina Energy Aspects.
As refinarias independentes do país, conhecidas como bules de chá, processam petróleo a uma taxa recorde de quase 75% da capacidade, muito acima dos 60% de um ano atrás. Os bules têm capacidade combinada de refino de cerca de 4 milhões de barris por dia, representando 25% do total da China.
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A Sinopec, gigante estatal que é a maior refinaria do país, com cerca de 5,8 milhões de barris por dia de capacidade, também aumenta a quantidade de petróleo processada. A PetroChina, que opera cerca de 4 milhões de barris por dia, até agora não aumentou as taxas na mesma medida.
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