Azul tem prejuízo de R$ 6,13 bilhões no 1º trimestre de 2020 com impacto do câmbio e coronavírus

O prejuízo líquido excluindo variação cambial e marcação a mercado totalizou R$ 975,3 milhões

Equipe InfoMoney

Foto: Divulgação
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SÃO PAULO – A Azul (AZUL4) registrou um prejuízo líquido de R$ 6,135 bilhões no primeiro trimestre de 2020, ante um lucro de R$ 125,3 milhões do mesmo período do ano passado, impactada principalmente pelas variações monetárias e cambiais, que afetaram o resultado financeiro da companhia aérea em R$ 4,23 bilhões, em meio à disparada do dólar por conta do coronavírus. Os instrumentos financeiros e derivativos tiveram impacto de R$ 1,28 bilhão.

“Com a implementação de medidas de restrição de viagens e do distanciamento social a partir da segunda quinzena de março, a economia brasileira ficou paralisada, levando a uma queda brusca na demanda de passageiros. Além disso, no final do trimestre, o real desvalorizou 33% comparado ao mesmo período no ano anterior, o que pressionou ainda mais nossos resultados”, afirmou a empresa no release de resultados.

Já o resultado operacional ficou positivo em R$ 173,6 milhões, queda de 50% frente os R$ 347,2 milhões do mesmo período do ano anterior.

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O prejuízo líquido excluindo variação cambial e marcação a mercado totalizou R$ 975,3 milhões,
principalmente relacionado com o ajuste do valor justo da participação na TAP de R$ 618,5 milhões e as perdas com hedge de combustível.

Normalizando pelo impacto do COVID-19 e pela depreciação média do real de 18% em relação ao ano anterior, a margem operacional seria de 14,9%, um crescimento de 1,2 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2019, informa a companhia.

Por outro lado, a receita líquida subiu 10,3%, a R$ 2,8 bilhões, principalmente devido à forte demanda em janeiro e fevereiro, e ao crescimento de 12% da capacidade, afirmou no release de resultados. A Azul entrou nessa crise apresentando um aumento de sua receita unitária ajustada pela etapa média no primeiro trimestre de 2020, mesmo com a significativa expansão da capacidade antes da crise chegar no Brasil, apontou.

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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) foi a R$ 654,2 milhões, queda de 9,7% na comparação anual.

A companhia afirmou que, em resposta aos acontecimentos relacionados com a disseminação do COVID-19 no Brasil, implementou medidas como foco na segurança de seus clientes e tripulantes, ao mesmo tempo em que buscou mitigar o impacto em seus resultados financeiros e posição de liquidez.

“Desde o início da pandemia, a Azul rapidamente ajustou a sua malha, e na segunda quinzena de março reduziu a sua capacidade em 50%. Em 26 de março, a Azul foi a primeira companhia aérea do Brasil a implementar uma malha aérea essencial, reduzindo a quantidade de voos diários de 950 para 70. A  companhia tem operado apenas os voos que geram receita suficiente para cobrir seus custos variáveis. Nas semanas de 4 e 11 de maio, a Azul aumentou sua malha para 90 e 115 voos diários, respectivamente, com base na identificação de novos mercados viáveis. A Azul está acompanhando a evolução da pandemia, as regras de distanciamento social e restrição de mobilidade, a fim de ajustar sua malha conforme necessário. Como resultado, a Azul espera uma redução de capacidade entre 75% a 85% no segundo trimestre de 2020 comparado com o segundo trimestre de 2019”, apontou.

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Entre as medidas para preservação de caixa, ela destaca que está negociando adiar os pagamentos de aluguel de aeronaves de forma que acompanhem a retomada da demanda esperada para os próximos 18 a 24 meses. “Aproximadamente 90% de nossa frota está sob arrendamento operacional, o que nos dá mais flexibilidade para trabalhar com nossos parceiros durante esse ambiente de incerteza”, afirma.

Além disso, espera reduzir suas despesas com salários em mais de 50% no segundo trimestre, informando que mais de 10.500 tripulantes aderiram ao programa de licença não remunerada da companhia, o que representa 78% do total de funcionários da Azul em 31 de março de 2020, e mostra uma adesão maior do que outros programas similares lançados por qualquer outra companhia aérea no Brasil.

A Azul também implementou a nova Medida Provisória de preservação do trabalho lançada pelo governo, o que implica em cortes salariais e suspensão de contratos em troca da assistência do governo por até 90 dias. Além disso, todos os membros do comitê executivo (diretores e diretores estatutários) da Azul tiveram redução salarial entre 50% e 100%, e para os gerentes, a redução salarial foi de 25%. Ela também adiou o pagamento de PLR e cancelou o pagamento de bônus relativo a 2019.

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A companhia afirmou que, em maio, pretende operar 115 voos diários com aproximadamente 20 aeronaves para 38 destinos. “Esperamos aumentar nossa malha gradualmente nos próximos meses à medida em que a economia volte a entrar em funcionamento”, destacou.

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