Publicidade
SÃO PAULO – A quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1989 — o famoso caso Naji Nahas; o pânico com o Plano Collor; a crise asiática de 1997; o temor da quebra do Brasil em 2002 e o conturbado momento atual. Essas foram apenas algumas das turbulências que Luiz Fernando Figueiredo, no mercado financeiro desde 1982, enfrentou ao longo de sua carreira.
O lema do ex-diretor do Banco Central e CEO da gestora Mauá Capital para passar por momentos como este? Focar na preservação do capital — financeiro e emocional — mais do que em ganhar dinheiro.
“Crise não é hora de focar em ganhar dinheiro. É o momento de você preservar o seu capital financeiro e emocional para estar inteiro e preparado para as próximas oportunidades”, disse em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.
Continua depois da publicidade
A história completa de Figueiredo é tema do 40º episódio do podcast. É possível seguir e escutar o programa pela Apple Podcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e demais agregadores.
Figueiredo também enfrentou crises enquanto estava em uma função bem diferente. Ele foi diretor do Banco Central em um dos períodos mais complexos da história do banco, entre 1999 e 2002.
Quando assumiu o cargo, a expectativa era de que o país sofresse uma grave crise econômica. O Brasil tinha parado de controlar o câmbio, o real se desvalorizava cada dia mais e havia um grande risco de a inflação disparar. O Banco Central conseguiu estabilizar as coisas, mas Luiz Fernando viveu um período ainda pior na instituição em 2002 — com o pânico dos investidores com as eleições. “Por duas vezes achei que o país fosse realmente quebrar”, revelou no podcast.
Continua depois da publicidade
A atuação do Banco Central na crise atual
Durante o podcast, Figueiredo também compartilhou suas impressões sobre a atuação da atual equipe do Banco Central diante da crise provocada pelo coronavírus. “Essa atuação do Banco Central eu divido em três questões. Na parte da liquidez, eles realmente conseguiram colocar o dinheiro na ponta, utilizá-lo de maneira inteligente”, diz.
Nos outros dois pontos, Figueiredo faz críticas. Para o fundador da Mauá, a atuação do Banco Central no câmbio está “tímida demais”. “A moeda brasileira teve uma das piores performances. Isso porque o nosso Banco Central protegeu menos a funcionalidade da moeda que o restante do mundo”, explica.
Na política monetária, Figueiredo vê um “erro grande” na condução. “Diante da situação atual, com queda de demanda brutal, é preciso mais estímulos. Infelizmente nós estamos fugindo do modelo que é o modelo de metas por uma dúvida que o Banco Central tem se seria contraproducente ou não reduzir os juros”, afirma. Confira mais detalhes no podcast.
Continua depois da publicidade
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.
O programa já recebeu nomes como João Apolinário, fundador da Polishop, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, André Penha, cofundador do QuintoAndar, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgar Corona, da rede Smart Fit.