Companhias aéreas dos EUA pedem mais de US$ 50 bi ao governo para amenizar crise

Caso o governo concorde com a reivindicação, esse seria o primeiro grande resgate do setor desde os ataques de 11 de setembro de 2001

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – As companhias aéreas americanas se organizaram para buscar um pacote de mais de US$ 50 bilhões com o governo do país enquanto a industria sofre com o surto de coronavírus.

Um grupo que representa 10 empresas do setor (de cargas e passageiros) incluiu no pacote aporte direto do governo e empréstimos para o segmento.

Caso o governo concorde com a reivindicação, esse seria o primeiro grande resgate do setor desde os ataques de 11 de setembro de 2001. Seria também a medida mais drástica já adotada pelo governo americano para socorrer empresas em meio à pandemia.

A Airlines for America, associação que representa algumas das maiores empresas do setor como Delta, United, American Airlines e Southwest, pediu que as companhias recebam imediatamente US$ 25 bilhões do governo para compensar a baixa liquidez no curto prazo. No médio prazo, a entidade pede a liberação de mais US$ 25 bilhões em empréstimos a juros baixos ou nulos.

Uma consultoria australiana do setor de aviação afirmou que a pandemia de coronavírus levará a maioria das companhias aéreas globais à recuperação judicial até o fim de maio, a menos que governos e indústria tomem medidas coordenadas para evitar tal situação.

No Brasil, setor de turismo aguarda respostas do ministério

No Brasil, diversos setores ligados ao turismo enviaram cartas ao Ministério do Turismo pedindo medidas emergenciais. Segundo associações, a taxa de cancelamento de viagens em março já ultrapassa os 85%.

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Na Bolsa, as companhias desse segmento estão entre as maiores quedas desta segunda-feira. As ações de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) caíam cerca de 20%, enquanto CVC (CVCB3) caía 21%.

Segundo representantes das empresas aéreas, o governo está preparando um pacote com medidas de ajuda. Na última semana a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) flexibilizou as regras para manutenção de ‘slots’ (horários de pouso e decolagem) nos aeroportos.

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Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.