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SÃO PAULO – A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11) uma pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
De acordo com a organização, casos, mortes e números de países atingidos deve aumentar nos próximos dias e semanas. Por outro lado, a OMS afirma que a definição como pandemia não altera a forma como os países e organizações estão trabalhando contra a doença.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a palavra pandemia não deve gerar pânico e não significa uma derrota. Apesar disso, ele destacou que essa crise irá “afetar todos os setores”.
“Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, ressaltou ele.
Além disso, ele afirmou que os países precisam preparar respostas em áreas chaves: detectar, proteger, tratar, reduzir a transmissão, inovar e aprender.
Os diretores da organização disseram ainda que os países não devem seguir para fazerem apenas a mitigação (estratégia de saúde que busca cuidar dos doentes).
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Segundo eles, o momento ainda é de fazer a contenção da circulação do vírus e deve ser a estratégia central dos governos. “(Os países) devem fazer o máximo para evitar qualquer caso importado”, disse o diretor.
Sobre as recomendações de fechar fronteiras, escolas e outros tipos de medidas restritivas, a OMS afirmou que as decisões são tomadas por cada país, a depender da situação que cada um vive.
“A descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não muda o que a OMS está fazendo, nem o que os países devem fazer”, disse Ghebreyesus.
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Antes de participar de um evento no Congresso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a declaração de pandemia já era algo esperado e que, na prática, isso não muda nada.
De acordo com o mais recente balanço da OMS, são mais de 118 mil casos em 114 países, sendo que 4.291 pessoas morreram.
A última vez em que a organização havia decretado pandemia foi em 2009, durante a epidemia da gripe H1N1, que estima-se ter infectado 1 bilhão de pessoas no planeta desde então. Só no Brasil, em 2019, foram 3.430 infectados e 796 mortos, uma taxa de letalidade de 23,2%, bem acima das registradas até agora para a Covid-19.