CI&T: os segredos da empresa que dobra de tamanho a cada três anos

A história completa da empresa, que tem 25 anos, é tema de um episódio do podcast Do Zero ao Topo

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – “Dobrar” e “triplicar” são verbos comumente utilizados quando o assunto é o faturamento de startups em seus primeiros anos e vida. Conforme os anos passam, no entanto, as coisas costumam desacelerar.

É por isso que a história da desenvolvedora de softwares CI&T chama tanta atenção. Com 25 anos de mercado, a empresa duplica seu faturamento de três em três anos desde a sua fundação — e deve totalizar R$ 1 bilhão em receitas em 2020.

Além do Brasil, a CI&T atua nos Estados Unidos, Canadá, Japão, China, Reino Unido e Portugal — mais da metade de seu faturamento vem do exterior.

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“Quando montamos a CI&T, o plano inicial era apenas juntar dinheiro para fazer doutorado no exterior. Nós gostamos do negócio e, seis meses depois, decidimos que iríamos criar algo com relevância e protagonismo no mercado”, contou Cesar Gon, cofundador e CEO da empresa no podcast Do Zero ao Topo. A história completa da companhia é tema do episódio de número 32 do programa.

Mas, afinal, qual o segredo da CI&T para manter um crescimento acelerado e consistente mesmo depois de tanto tempo?

Embora não exista uma única explicação — Gon é o primeiro a admitir que a história da companhia é uma combinação de resiliência, coragem e sorte — um dos pontos centrais na CI&T é a sua capacidade de mudar e se adaptar ao que o mercado procura.

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“O mundo hoje é muito mais sobre a sua capacidade de ler os sinais que estão aí e reagir a eles do que sobre ficar tentando prever o futuro”, explicou Cesar Gon durante o podcast.

A CI&T nasceu como uma “fábrica de softwares sob encomenda” — atendendo grandes companhias. No Brasil, o modelo deu certo desde o começo.

Quando resolveu entrar nos Estados Unidos, portanto, a CI&T montou um plano baseado no que havia dado certo por aqui e que acreditava que funcionaria no mercado americano. A experiência foi um fracasso.

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“A nossa oferta e o nosso pensamento estratégico eram muito clássicos. Quando caímos na Califórnia, com empresas como Yahoo e depois Google, percebemos que estávamos desenhados para o passado. Precisávamos adotar um modelo novo”, conta Gon.

Para se adaptar ao que o mercado queria, a companhia criou equipes pequenas e focadas em desenvolver soluções que as companhias americanas mais precisavam.

“A gente começou a fazer de tudo. Tudo o que nos pediam, a gente executava. Sempre com tecnologia, mas também com muita disciplina na entrega. Nos adaptar a necessidade de cada cliente foi o nosso diferencial”, conta.

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De fábrica de softwares à consultora de transformação digital

Entre 2005 e 2010, as operações da CI&T nos Estados Unidos cresceram sem parar. Mas Gon logo se viu diante de um novo problema: a liderança da companhia estava engessada e contrastava com a agilidade e eficiência da operação americana.

“Percebemos que era preciso mudar, que a liderança poderia, no futuro, travar o crescimento brilhante que as equipes estavam tendo”, explicou Gon.

O empreendedor mergulhou em livros e treinamentos sobre gestão até decidir adotar o modelo “lean” — método de produção oriundo do toyotismo — e adaptá-lo para a liderança.

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O resultado foi a criação de um método que a companhia chamou de “lean digital”. “Os nossos clientes viram o que fizemos na CI&T e começaram a nos procurar para que ajudássemos suas empresas a se tornarem mais ágeis”, conta Gon.

A partir daí a CI&T deixou de ser uma desenvolvedora de softwares e se tornou também uma consultoria de transformação digital, em um processo que busca adaptar empresas campeãs do século XX para os desafios do século XXI.

O crescimento acelerado da CI&T chamou atenção da gestora americana de private equity Advent, que em 2019 comprou uma participação de 30% na companhia. Confira a história completa no podcast.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.

O programa já recebeu nomes como João Apolinário, fundador da Polishop, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, André Penha, cofundador do QuintoAndar, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgar Corona, da rede Smart Fit.

Um novo episódio vai ao ar toda quarta-feira a partir das 18h. É possível seguir e escutar o programa pelo Apple PodcastsSpotifyDeezerSpreakerGoogle PodcastCastbox e demais agregadores de podcast.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.