Impacto do coronavírus já é claro em indicadores preliminares da China

Cinco dos oito indicadores rastreados pela Bloomberg caíram em fevereiro em relação a janeiro

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(Bloomberg) – Uma série de indicadores preliminares da economia da China em fevereiro confirma que o surto de coronavírus afetou a produção e o consumo, já que as fábricas ainda operam abaixo da capacidade e o transporte é limitado.

Cinco dos oito indicadores rastreados pela Bloomberg caíram em fevereiro em relação a janeiro. E dois indicadores de confiança das empresas atingiram o menor nível já registrado.

A melhora do indicador de exportações da Coreia do Sul nos primeiros 20 dias do mês oculta uma queda nos embarques para a China e foi ajudado por distorções do Ano Novo Lunar. Expectativas de novos estímulos também mantiveram os mercados financeiros mais dinâmicos do que o sugerido pela atividade real.

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Embora empresas estejam retomando as operações e dados oficiais mostrem que o aumento das infecções começa a desacelerar, o vírus ainda não foi contido. Empresários e governos precisam balancear o desejo de retornar à normalidade rapidamente e a necessidade de controlar a doença. A economia chinesa deve registrar o crescimento mais lento desde 1990, de acordo com projeções recentes de relatórios de economistas. O Goldman Sachs estima que o PIB deve mostrar expansão de apenas 2,5% neste trimestre e se recuperar nos meses seguintes.

Uma desaceleração dessa magnitude pode levar a um aumento do desemprego, inadimplência de empréstimos e pedidos de recuperação judicial. As vendas de carros despencam e incorporadoras imobiliárias estão sob pressão, pois os consumidores seguram os gastos enquanto esperam sinais sobre a evolução do surto e sobre quando poderão voltar ao trabalho.

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A reação ao surto poderá ser vista nas primeiras estatísticas oficiais de fevereiro: os índices dos gerentes de compras serão divulgados em 29 de fevereiro. O indicador do setor de manufatura deve cair para o nível mais baixo desde a crise financeira global, embora cinco economistas projetem um resultado ainda pior.

“As primeiras pesquisas com empresas já mostraram declínios recordes de demanda e produção. O momentum geral reverteu a força dos meses anteriores para uma baixa em fevereiro, quando o vírus atingiu a produção industrial, as cadeias de suprimentos e o consumo”, de acordo com Qian Wan, da Bloomberg Economics. “Esperamos que a atividade comece a se recuperar a partir de março. Os esforços para conter o vírus continuam”, mas o governo claramente começa a caminhar rumo a políticas pró-crescimento e a ajudar empresas a retomarem as operações após a prolongada pausa do Ano Novo Lunar, disse.

Um ponto positivo nos indicadores rastreados pela Bloomberg são as bolsas chinesas, que levaram apenas algumas semanas para se recuperar de uma venda recorde no início deste mês desencadeada pelo vírus. Mas o rali de quase 10% desde 3 de fevereiro não é impulsionado apenas por liquidez. A alta é parcialmente atribuída às esperanças de que o afrouxamento monetário e as medidas de apoio fiscal ajudariam empresas a enfrentar os desafios econômicos. A alavancagem das bolsas chinesas ultrapassou 1 trilhão de yuans (US$ 143 bilhões), o maior nível desde o início de 2016.

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