Seja como consumidor ou como investidor, é bem difícil não ouvir falar da Marfrig (MRFG3). A empresa fundada por Marcos Molina estreou na bolsa em 2007 e desde então alcançou a posição de segunda maior produtora de carne bovina do mundo em capacidade.
Com 36 unidades de produção, além de centros de distribuição e escritórios, localizados na América do Sul, América do Norte, Europa, e Ásia, a empresa teve receita líquida consolidada superior a R$ 41 bilhões em 2018.
O que você deve saber antes de comprar
A rápida expansão da Marfrig ocorreu graças a uma estratégia agressiva de aquisições de outras empresas em todo o mundo, mas o crescimento acelerado teve um custo: a companhia viu o seu endividamento ficar grande demais e pesar sobre a sua operação. Foi então que começou um processo de desinvestimentos, com a venda de parte dos ativos comprados.
A estratégia de melhorar a saúde financeira teve sucesso. Em 2019, sua alavancagem (relação entre dívida líquida e geração de caixa) ficou abaixo de 2,5 vezes, depois de ter chegado a mais de 4 vezes.
No final de 2019, a Marfrig levou adiante outra transformação, com uma oferta de ações de R$ 3 bilhões. A maior parte dos recursos foi referente à saída do BNDESPar (braço de participações do BNDES) da companhia.
Para os analistas de mercado, este foi o final de uma era para a empresa, que cresceu no início do milênio apoiada pela política econômica do governo federal de financiar a expansão de grandes empresas brasileiras por meio do BNDESPar.
Veja como todas estas mudanças impactaram o valor de mercado da empresa nos últimos anos:
Existem alguns fatores que exercem grande influência sobre os negócios da Marfrig e devem ser acompanhados de perto pelos seus investidores. Confira quais são os principais:
Fusões e aquisições no radar
Compra e venda de empresas e até mesmo fusões com outras companhias fazem parte do dia a dia de quem acompanha as ações da Marfrig. Entre o final da década de 2000 e o início de 2010, a empresa realizou mais de 40 aquisições. Depois disso, decidiu reduzir de tamanho e então as vendas de companhias entraram na pauta.
Uma das mais emblemáticas foi a venda da Seara para a JBS, em 2013. A operação foi um marco da intenção da Marfrig de focar na atividade de carne bovina e se retirar dos mercados de aves e suínos. Outro desinvestimento importante foi a venda da participação na Keystone Foods para a Tyson Foods, em 2018, também com o objetivo de se concentrar em carne bovina e reduzir alavancagem.
No final de 2019, a produtora de carne aumentou a sua participação na norte-americana National Beef, uma das líderes globais em proteína animal. Mas as expectativas causadas pela Marfrig em relações a fusões e aquisições não pararam por aí.
Em 2019, a empresa anunciou que estava planejando uma fusão com a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão. As duas depois desistiram do acordo, mas foi o suficiente para gerar muitas dúvidas nos investidores sobre qual seria o futuro do negócio. Como é fácil notar, compras e vendas de empresas são um assunto relevante para acompanhar o comportamento das ações da Marfrig.
Comportamento do consumo
Outro fator importante que influencia os papéis da Marfrig é o consumo, tanto no mercado doméstico quanto no exterior.
Isso ocorre porque a demanda por carne bovina é diretamente influenciada pelo poder de compra das famílias. Quando existe uma crise econômica, por exemplo, as pessoas escolhem comprar fontes de proteína animal mais baratas, como ovo e frango.
Quem investe em MRFG3 percebe que o papel pode reagir de acordo com as expectativas do mercado em relação ao consumo de carne na América do Sul e América do Norte, principais mercados consumidores da empresa.
Além do comportamento da economia em geral, o consumo de carne também é influenciado por questões sanitárias, com a abertura e fechamento de mercados para diferentes tipos de carne. Este é um noticiário constante que deve ser acompanhado por quem deseja investir em Marfrig e outros frigoríficos.
Nem sempre as notícias sobre problemas sanitários afetam negativamente os papéis. Um exemplo é a peste suína africana, que prejudica a produção de suínos e pode provocar uma migração da demanda para a carne de boi na China, o que é potencialmente positivo para a Marfrig e deve ficar no radar dos investidores.
Influência do câmbio
A Marfrig obtém uma parte relevante da sua receita no exterior, em dólar. Em 2017 e 2018, por exemplo, o dólar correspondeu a cerca de 85% da receita total da companhia. Por esta razão, o câmbio influencia o comportamento das ações da empresa, uma vez que a alta do dólar impulsiona as suas receitas em reais, enquanto a queda do dólar tem o efeito contrário.
A variação cambial também é um tema importante para os investidores de Marfrig porque quase toda a dívida da empresa é em dólares. Isso significa que o montante da dívida em reais cresce quando a moeda norte-americana se valoriza.
Para investir nesta ação, o investidor precisa estar preparado para se deparar com o tema do câmbio com grande frequência, já que será um fator importante sobre as operações e um tema recorrente nos balanços trimestrais da empresa.
Passo a passo para comprar
Confira um passo a passo para comprar ações da Marfrig com segurança.
Analise seu perfil de investidor
Investir em ações significa lidar com altos e baixos que, muitas vezes, são difíceis de prever. Por isso, antes de comprar ações da Marfrig, avalie se está preparado para lidar com as oscilações. Existem investidores de longo prazo e aqueles que procuram obter ganhos no curto prazo, mas esta segunda alternativa significa correr riscos maiores.
Reflita sobre qual é o seu objetivo e imagine qual seria a sua reação se a ação tivesse uma forte queda em um pregão. Também é importante pensar se está disposto a estudar sobre a empresa e quanto tempo terá disponível para aumentar seu nível de conhecimento sobre ela.
Fique de olho na empresa
Para ter mais segurança de investir em Marfrig, estude suas perspectivas de desempenho, acompanhe de perto o noticiário sobre a companhia e acesse relatórios de análise oferecidos por corretoras e casas de análise.
Você também deve monitorar o desempenho dos papéis, o que pode ser feito diretamente pelo home broker. Uma fonte importante de informações são os balanços trimestrais da companhia, que costumam ser avaliados pelos especialistas e contém boas dicas sobre o que esperar do negócio no futuro.
Abra uma conta em uma corretora
Para comprar ou vender ações, é preciso ter uma conta em uma corretora. Existem mais de 80 instituições autorizadas pela B3. Verifique as taxas de corretagem, que são cobradas sempre que comprar ou vender uma ação – pode ser um valor fixo ou percentual sobre a operação.
Corretoras como a Clear não fazem essa cobrança. Quanto menor for esse custo, menor o impacto sobre o resultado das operações. Depois que a conta estiver aberta, envie dinheiro para a corretora por meio de uma transferência (TED ou DOC) a partir do seu banco.
Depois, acesse o home broker – sistema de negociação online – ou ligue para a mesa de operações e passe sua ordem. Nesse momento, você terá de informar quantas ações quer comprar e a que preço.
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