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SÃO PAULO – A crise causada pelo coronavírus na China não deve impactar negativamente as importações de carne pelo país asiático. Enquanto isso, os efeitos de outra moléstia na região, a peste suína africana, que até então estavam animando os frigoríficos brasileiros por aumentar as exportações para o gigante asiático, devem atingir seu pico este ano, mesmo com a alta dos preços em 2019.
Esta é a avaliação dos CEOs das três maiores empresas de proteínas do Brasil – JBS (JBSS3), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) -, que participaram de evento realizado pelo Credit Suisse em São Paulo na quarta-feira (29).
Segundo Gilberto Tomazoni, da JBS, ocorreu no ano passado a liquidação do rebanho de matrizes de suínos na China por conta da peste, o que ampliou momentaneamente a oferta de carne no país na maior parte do ano.
Para ele, agora deve ocorrer uma escassez de oferta, favorecendo ainda mais o mercado. Diante disso, o executivo acredita que o pico não foi em 2019, mas será neste ano.
Na mesma linha, o CEO da BRF, Lorival Luz, destacou que a tendência é positiva tanto para 2020 quanto para 2021, sendo que esta questão da peste suína ainda deverá demorar para ter uma solução.
Além disso, ele apontou que a epidemia do coronavírus não só não deve ter impactos negativos, como pode aumentar a exportação de alimentos do Brasil.
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“Pode ser que tenha uma demanda maior pela segurança alimentar. Não gosto de dizer um resultado positivo, mas vamos dizer que podemos ter um incremento de volume, dado a segurança alimentar do nosso produto” disse Lorival.
Tomazoni complementa lembrando da crise do Sars em 2003, quando, segundo ele, “as importações dos países envolvidos aumentaram”. Por outro lado, ele ressalta que não há como fazer um comparativo.
“Na época o governo restringiu as vendas de animais vivos e eles tiveram que importar mais. Mas foi lá em 2003. Qualquer previsão agora é temerária”, disse.
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Já Eduardo Miron, CEO da Marfrig, apontou que entre os efeitos da peste suína africana na China está a habilitação de mais frigoríficos para exportarem para o país. Segundo ele, isso já foi visto em diversos países no ano passado.
Por fim, tanto JBS quanto BRF comentaram que os preços mais altos do milho reduziram a competitividade do Brasil comparado aos Estados Unidos. Por conta disso, ambos indicaram que devem elevar os preços de frango e suínos para repassar este custo.
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