Jair Bolsonaro assina desfiliação do PSL para criar novo partido

Movimento ocorre dois dias antes da primeira convenção nacional da Aliança pelo Brasil, novo partido em construção pelo presidente

Marcos Mortari

Publicidade

SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro assinou, nesta terça-feira (19), a ficha de desfiliação do PSL. O movimento ocorre uma semana após o mandatário reunir-se com aliados e anunciar sua saída do partido e no mesmo dia em que a convenção nacional do PSL reconduziu o deputado federal Luciano Bivar (PE) ao comando da sigla.

O documento foi firmado em reunião do presidente com seus consultores jurídicos Karina Kufa e Admar Gonzaga, que estão auxiliando no processo de construção do novo partido Aliança pelo Brasil, no Palácio do Planalto. Está prevista para a próxima quinta-feira (21) a primeira convenção nacional da legenda em criação, que pode ter Bolsonaro na direção nacional.

LEIA TAMBÉM: Os 3 obstáculos para Bolsonaro com a Aliança pelo Brasil (e por que o mercado precisa acompanhar isso)

Para sair do papel, o partido ainda tem um longo caminho pela frente, sendo o principal desafio a coleta de 492.015 assinaturas de eleitores não filiados a nenhum partido político, distribuídos por ao menos um terço dos estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que tenha votado em cada. O objetivo de Bolsonaro é concluir o movimento até abril, o que permitiria a participação da sigla nas eleições municipais de 2020.

“A matéria está decidida, não tem volta. O presidente está se desfiliando hoje do PSL. Vamos fazer a convenção na quinta-feira e tocar o partido para a frente. A desfiliação dele será feita pelas vias formais da Justiça Eleitoral. A doutora Karina [Kufa] é quem vai cuidar disso, e já está assinada a desfiliação”, afirmou Gonzaga.

A saída de Bolsonaro do PSL ocorreu em meio a uma disputa com Bivar por maior influência no processo decisório da legenda. O PSL cresceu exponencialmente nas últimas eleições, surfando na onda da candidatura do atual presidente.

Continua depois da publicidade

A sigla saiu condição de nanica, com 1 deputado eleito em 2014, para atuais 53 (segunda maior bancada da Câmara). A fatia do partido no fundo partidário também saltou de R$ 538 mil mensais em 2018 para R$ 8 milhões ao mês neste ano. Mas é Bivar quem mantém controle sobre a estrutura partidária. Sem espaço, Bolsonaro optou por começar do zero.

Quer saber o que esperar da política nos próximos meses? Insira seu e-mail abaixo e receba, com exclusividade, o Barômetro do Poder – um resumo das projeções dos principais analistas políticos do país:

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.