Rico lança fundo DI com taxa zero e aplicação mínima de R$ 500

Produto se coloca como alternativa a investimentos como caderneta de poupança e fundos com taxas mais altas

Beatriz Cutait

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – Em um ambiente de taxas de juros cada vez mais baixas, o que tem pressionado os retornos de aplicações de renda fixa, a Rico Investimentos lançou um fundo DI com taxa zero de administração. Nomeado “TREND DI Simples”, o produto visa replicar o CDI (por meio de investimento em Letras Financeiras do Tesouro) e tem aplicação mínima baixa, de R$ 500,00, com movimentações (aportes ou resgates) a partir de R$ 100,00.

Com perfil conservador e ideal para a formação de uma reserva de emergência, o fundo permite o resgate em D+0, isto é, o dinheiro cai na conta no mesmo dia, se o pedido for feito até 14h30. Não há incidência de taxa de custódia da B3 e, sobre os rendimentos, há a cobrança de uma alíquota regressiva de Imposto de Renda, que varia de 22,5% a 15% ao ano.

O fundo DI é uma alternativa a produtos de renda fixa como a poupança, cujo rendimento tem ficado ainda mais baixo com a queda da taxa de juros. Isso porque, com a Selic igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta rende o equivalente a 70% da taxa Selic anualizada, mais a Taxa Referencial (a famosa TR).

“Com os juros baixos, o rendimento líquido do brasileiro que ainda investe na poupança ou em fundos com altas taxas de administração é cada vez menor. Nesse cenário, cada melhora na rentabilidade faz a diferença”, diz Laio Santos, sócio e head da Rico Investimentos.

Em setembro, a poupança rendeu 0,34% e, em 2019, o retorno chega a apenas 3,34%, ante um CDI (o referencial das aplicações de renda fixa) de 4,66%. Mesmo com o benefício da isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos, a poupança segue em desvantagem em relação a aplicações conservadoras de renda fixa. Um produto com retorno equivalente a 100% do CDI teria rendido, no pior dos cenários (descontado um IR de 22,5%), 3,61% neste ano até setembro.

Embora sejam um produto de investimento simples, os fundos DI seguem ofertados com taxas de administração elevadas, especialmente por grandes bancos. Conforme mostrou matéria do InfoMoney, em setembro, havia fundos DI com taxas de administração que chegavam a 5,0% ao ano e retornos históricos que não alcançavam sequer 50% do CDI. Na lista dos piores investimentos figuravam os principais bancos do país. Desde então, alguns deles, como Santander e Banco do Brasil, reduziram as taxas, embora os custos tenham seguido altos.

“De uma forma geral, os juros baixos fizeram com que ações e fundos de ações se tornassem atrativos, mas o fato é que muitos brasileiros ainda não deram seu primeiro passo como investidores e hoje estão em produtos caros e ruins”, diz o executivo da Rico, ressaltando que a corretora segue enxergando demanda por investimentos em renda fixa.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.