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Risco: Repense para investir melhor

Embora os rendimentos sejam imprevisíveis, o risco é controlável

Ana Julia Rodrigues

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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O risco é uma das variáveis menos compreendidas do investimento. Ele pode evocar ideias de drásticas oscilações no mercado que resultam em perdas de capital. Todavia, embora os rendimentos sejam imprevisíveis, o risco é controlável. Os consultores têm a oportunidade de pôr fim aos medos dos clientes e ajudá-los a compreender a função do risco.

O que é o risco?

O risco de um investimento é a possibilidade de que o investimento resulte em prejuízo financeiro. Todos os investimentos apresentam algum grau de risco. Existem muitos tipos diferentes de risco que os investidores devem considerar, mas alguns dos mais comuns incluem o risco de mercado, o risco de concentração e o risco de crédito. As vendas maciças podem estar consideradas no risco de mercado, quando se apresentam baixas acentuadas nos preços dos instrumentos mediante vendas de posições por parte de investidores por medo de sofrerem perdas mais pronunciadas. O risco de concentração surge quando os investidores colocam uma parte muito grande do capital em uma quantidade pequena de ativos. O risco de crédito avalia a possibilidade de um tomador de empréstimo pagar sua dívida.

Assumir um risco de investimento não é algo inerentemente ruim. As pesquisas demonstram que muitos clientes têm apetite pelo risco. Segundo um estudo recente realizado pela BlackRock, 42% dos mexicanos estão dispostos a assumir riscos financeiros acima da média. Basicamente, quanto maior for o rendimento possível de um investimento, maior será o risco incorrido pelo investidor.

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Como determinar o grau de risco correto

Quanto risco um portfólio deve assumir? Esta é uma tarefa complexa que depende, em última instância, do nível de apetite que o investidor tem pelo risco e da criação de um portfólio que considere os rendimentos atuais do mercado junto com o potencial de risco futuro. Para proporcionar o melhor serviço possível aos investidores, é fundamental que os consultores compreendam o que significa o risco para os clientes e planejem exatamente quanto risco esses clientes poderiam suportar. Os consultores podem, então, avaliar quais tipos de risco coincidiriam com esse grau de tolerância, mas devem também ter em conta que o grau de tolerância dos clientes pode variar com as mudanças do mercado. Em geral, os clientes se tornam mais resistentes durante a volatilidade do mercado e menos resistentes quando o mercado é favorável. A chave é construir um portfólio que possa atingir os objetivos financeiros do investidor e, ao mesmo tempo, permanecer dentro dos limites de volatilidade que ele pode suportar.

A avaliação feita pelos consultores também significa determinar os tipos de risco que um portfólio pode assumir. Dito de maneira simples, pode significar decidir sobre uma distribuição entre ações e títulos, ainda que a boa gestão do risco signifique considerar os tipos de ações e títulos dentro de um portfólio. Os consultores devem conhecer quais tipos de títulos diversificariam os tipos de ações que o cliente possui. Por exemplo, os títulos de alto rendimento podem mover-se, com frequência, na mesma direção dos instrumentos de renda variável em momentos de tensão e são, portanto, uma cobertura pouco confiável face à volatilidade do mercado de ações. Da mesma maneira, as decisões sobre as taxas de juros não afetam somente os títulos. Alguns setores de renda variável podem tomar caminhos diferentes, dependendo dos movimentos subjacentes das taxas. Contudo, não existem regras estritas quando chega o momento de determinar o grau de risco correto. Além de compreender os clientes, os consultores devem contar com uma estratégia sofisticada elaborada para a gestão do risco.

Como explorar as técnicas de gestão de risco

Existem vários enfoques para a gestão do risco, mas a base de qualquer estratégia de gestão de risco deveria ser garantir que o portfólio seja bem-diversificado ao investir em uma variedade de classes de ativos, setores e regiões geográficas.

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Os consultores devem também compreender a forma como cada investimento se encaixa no portfólio de um cliente, o que poderia causar o aumento ou a redução do valor desse portfólio e como este cumpre os objetivos de investimento gerais do cliente. Fundamentalmente, isso significa levar a cabo um rigoroso processo de diligência ao selecionar os possíveis investimentos.

Os consultores que têm acesso a modelos estatísticos informatizados podem aplicar um enfoque que ponha o risco em primeiro lugar ao usar uma análise baseada em aplicações para avaliar o risco. Esse tipo de análise examina os valores subjacentes de um portfólio e considera as aplicações atuais, em lugar dos rendimentos passados. A combinação de um enfoque baseado em aplicações com outras estratégias baseadas em rendimentos permite que os consultores compreendam melhor o risco total do portfólio e se este tem probabilidade de permanecer dentro do grau de tolerância do cliente ao risco.

Planejar-se para o desconhecido

A boa gestão do risco significa preparar-se para o inesperado. Pode parecer intuitivo favorecer profundamente os ativos para os quais se espera um melhor desempenho e evitar aqueles que, historicamente, têm um desempenho inferior, mas essa técnica não protege os portfólios. Se essas suposições de rendimento forem incorretas (por exemplo, se o mercado sofrer uma mudança repentina), é provável que a rentabilidade do portfólio mostre uma oscilação.

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Os consultores devem preparar-se para as quedas em vez de preocupar-se em como evitá-las. Isso significa ter uma visão de longo prazo ao escolher os investimentos e sempre considerar a possibilidade de ocorrer um evento (como uma queda acentuada no peso mexicano) e a probabilidade de o evento ocorrer, assim como o impacto que este teria em um portfólio. Realizar provas de resistência regulares em um portfólio pode ajudar a preparar os consultores para uma variedade de eventos do mercado, tais como a forma como este pode reagir ante o aumento da inflação ou a ampliação dos diferenciais de compra e venda de crédito.

Ter um panorama claro dos fatores de risco do portfólio

Ao compreender os complexos detalhes dos possíveis riscos de um portfólio, os consultores podem acrescentar um valor significativo aos investimentos dos clientes. Os consultores devem ter uma visão clara de três elementos cruciais:

  1. O que impulsiona os rendimentos de um portfólio
  2. A ponderação de aplicações relativas ao índice de referência de um portfólio e como isso afeta os rendimentos.
  3. As maneiras mais eficientes de diversificar os rendimentos de um portfólio

É preciso pensar de maneira diferente

Os consultores não devem tentar evitar o risco, mas sim preparar-se para ele e saber o que fazer quando houver uma queda nos mercados. Compreender os graus e os diferentes tipos de risco pode ajudar a construir portfólios eficazes. Ao aproveitar as informações e o conhecimento da BlackRock em matéria de gestão de risco, os consultores podem desenvolver um enfoque disciplinado para a gestão do risco e a construção dos portfólios. Com esse conhecimento é possível tomar decisões de investimento mais inteligentes que coincidam com o apetite que os clientes têm pelo risco.