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Na semana passada o Barcelona anunciou uma prévia dos resultados financeiros da última temporada e alguns dados de orçamento para a próxima. Mais que o resultado de 2018/19, o que chamou a atenção de todos foi o orçamento da temporada 2019/20, que prevê Receitas Totais de € 1,05 bilhão. Sim, mais de HUM BILHÃO DE EUROS de receitas.
Mas não é que esse valor saiu da cartola, como num passe de mágicas ou servido numa bandeja de pinchos, diretamente das famosas Ramblas de Barcelona. Os números de 2017/18 sem vendas de atletas já haviam atingido a marca de € 690 milhões, em 18/19 batem € 839 milhões.
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Aliás, este crescimento está associado ao aumento nas receitas do Camp Nou (+ € 12 milhões), as receitas de TV (+ € 75 milhões), impulsionadas pelo aumento dos direitos da Champions League e receitas Comerciais (+ € 62 milhões), com novos acordos comerciais e por ter agora o controle de 100% das lojas que comercializam os produtos do clube. Além disso ainda há aumento de € 24 milhões em outras receitas de diversas origens.
Nas últimas duas temporadas o clube faturou com venda de atletas € 151 milhões em 2018/19 e € 248 milhões em 17/18, ano impulsionado pela venda de Neymar. Isso significa que na temporada passada o faturamento total chegou a € 990 milhões. E agora, incluindo todas as receitas, o orçamento prevê € 1,05 bilhão.
Então, pegamos a informação toda e vamos destrinchá-la. Primeiro, em termos recorrentes, ou seja, sem a venda de atletas, as receitas da temporada passada seriam de € 863 milhões. E se fizermos o mesmo cálculo para a próxima temporada, então o famoso bilhão vai para € 923 milhões.
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Claro, ninguém aqui vai diminuir a importância desse valor, mas não é € 1 bi, até porque o clube orçou vender € 124 milhões em atletas para atingir o número mágico, que está sendo perseguido de perto pelo Real Madrid, numa espécie de Corrida do Bilhão.
Mas e no Brasil? Será que teremos em breve um Clube do Bilhão por aqui? Bem, tudo depende da forma como fazemos as contas. E fizemos algumas para os que estão mais próximos, que são Flamengo e Palmeiras.
Primeiro, o Palmeiras, que teve a maior receita de 2018.
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A simulação a partir de 2019 é exatamente isso, uma simulação. As receitas crescem em função de premissas de variação, como no caso da TV que se altera por conta do novo contrato, os programas de sócio torcedor também continuam crescendo em 2019 em função das majorações observadas, e incluímos um adicional para Publicidade em função do novo contrato de uniforme e eventuais bônus da patrocinadora. Para os anos seguintes crescemos a inflação, que estimamos em 3,5% ao ano.
Não há pretensão de acertar a mosca, mas sim de analisar quão distante o clube está da receita de R$ 1 bilhão. E está bastante. Os crescimentos se dão de forma mais lenta a partir de agora. Não há grandes espaços para crescimentos fortes de bilheteria e sócio torcedor. Mesmo o patrocínio já chegou em níveis bastante elevados dentro do que se considera preço de mercado.
Podem surgir vendas de atletas, mas precisam ser grandes e premiações como a Copa do Brasil, mas também são incertas. Condições normais de temperatura e pressão, não deve ser do Palmeiras o primeiro bilhão do futebol brasileiro.
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Agora vamos ao Flamengo.
Se há uma Corrida do Bilhão, então vai demorar um pouco para termos um vencedor. Não parece haver ambiente de receitas que justifique o clube chegar ao tão sonhado número. Mesmo sendo bem agressivo em algumas premissas, como o crescimento de bilheteria e sócio torcedor, e aumento em publicidade, ainda assim o clube da Gávea não parece ter força para chegar ao bilhão.
Ao longo do tempo, se considerarmos venda de atletas, o esforço parece menor que o do Palmeiras. Por exemplo, em 2019 foram vendidos cerca de R$ 220 milhões, um pouco mais da metade do que estimamos necessários para o clube atingir o “objetivo”.
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Aqui também não consideramos premiações nem receitas de eventuais luvas de renovação de contratos, que podem impactar em algum momento.
Ainda assim, falamos de dois clubes que, em termos recorrentes, devem ser capazes de gerar receitas bastante elevadas para o futebol brasileiro, de certa forma inalcançáveis pelos demais clubes no curto prazo. Saltos muito além disso dependerão de recuperação econômica, crescimento de renda dos torcedores e novos contratos de TV, como venda de direitos internacionais. É possível, mas por enquanto serão alguns poucos europeus que atingirão essa marca extraordinária.
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