Quero me aposentar em 2040, aos 58 anos; qual a melhor estratégia?

Oswaldo Sena, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 32 anos e consigo poupar em média 65% do meu salário. Nunca deixei de poupar um mês sequer e hoje consegui acumular uma boa quantia. O meu objetivo de investimento é a aposentadoria em 2040, faltam 26 anos.

Meu perfil de investimentos no começo era conservador (poupança), depois passei para moderado (fundos de renda fixa/ações), depois arrojado (multimercados/ações) e hoje considero meu perfil de Arrojado já encostando no Agressivo, pois hoje tenho cerca de 70% do meu capital aplicado em fundos multimercados agressivos e os outros 30% divididos em fundos de ações de gestores de recursos em que a regra de permanência é superar o Ibovespa no prazo de 12 meses e desses 30% também opero diretamente em uma corretora fazendo Day Trade e Swing Trade operando comprado e vendido dependendo da situação do mercado.

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No início de 2014, estava analisando essa minha estratégia e pensando na aposentadoria. Eu não posso ficar correndo esses riscos quando chegar a hora de me aposentar.

Pensei em dividir 100% por 26 que deu 3,85% e depois 3,85% por 12 que deu 0,32%. Então destinar 0,32% do meu capital total para a renda fixa todo mês até 2040 de modo que quando chegar lá eu esteja com 100% em renda fixa para viver com o rendimento e com o meu salário de aposentado pelo governo.

Perguntas:

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1. O que acham da minha estratégia atual?

2. O que acham dessa nova regra que quero aplicar a partir de 2014, se isso realmente é necessário?

3. Para renda fixa (estou desatualizado) qual a melhor opção de investimento para a destinação gradual desse capital?

Leitor: Anselmo

Resposta de Oswaldo Sena, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Caro Anselmo,

Você já alcançou uma situação bastante privilegiada, parabéns. Eu diria que o seu perfil atual está bem agressivo, agravado principalmente pelo fato de fazer operações especulativas no mercado.

Você está certo ao dizer que não poderá correr esses riscos perto da aposentadoria, mas há muitos outros riscos no meio do caminho e faz parte da nossa natureza subestimar os riscos. Além disso, eles sempre aparecem de repente e nos surpreendem quando não estamos preparados. Por isso é preciso muito cuidado e uma estratégia robusta que ajude a reduzir esses riscos.

Minha primeira recomendação é que não faça operações alavancadas (sem ter o devido lastro financeiro) e limite a sua conta de operações (valor destinado à especulações) a no máximo cinco por cento do seu patrimônio total.

Procure, de imediato, redirecionar 30% para investimentos mais seguros como a renda fixa. Existem várias opções no mercado. A melhor opção são os títulos públicos, que estão com taxas excelentes no momento e tem o menor risco. Com as altas taxas atuais, ocorre uma forte migração de recursos que estavam em maior risco para esses ativos, a chamada fuga para a qualidade. Converse com sua corretora para habilitá-lo a comprar esses títulos. Outras opções são os CDBs, LCIs, LCAs, etc. O restante pode manter como está.

Com base nisso, refaça os cálculos para aplicar sua nova regra e ir redirecionando os recursos ao longo do tempo. Será um percentual menor que o anterior.

Saiba ainda, que mesmo na aposentadoria você ainda poderia manter uns 5% em renda variável. Isso não comprometeria a sua situação e poderia melhorar ligeiramente os retornos e trazer alguns dividendos.

No ritmo que você vem poupando, e se as despesas continuarem da mesma forma, você vai alcançar a sua independência financeira bem antes da aposentadoria, pois você poupa atualmente quase 8 salários por ano! Portanto, você pode até pensar em viver novas experiências, pois um aumento de 10 a 15% em suas despesas não afetaria a sua aposentadoria ou vida futura.

Oswaldo Sena é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos…

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF