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SÃO PAULO – Apesar do ralli de alta dos últimos dias, a bolsa brasileira ainda tem um dos piores desempenhos entre as bolsas mundiais no acumulado do ano. Mesmo em relação aos países emergentes, o Ibovespa (principal índice de ações brasileiro) também apresenta um desempenho pior.
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O sócio da gestora de recursos Eagle Capital, Paulo Possas, afirma que um dos motivos para este desempenho é a precificação do chamado fim do ‘superciclo das commodities’. No entanto, ele acredita que o superciclo ainda está longe de terminar.
“De todos os argumentos para derrubar o Brasil, o mais recente é o mais falacioso. Ele rotula o país como ‘commodities’ e decreta o fim do superciclo iniciado em 2000. Ora, isso não é verdade. O superciclo vem pela ascensão de grandes massas emergentes à classe consumidora e pela escassez de matérias primas. O normal é que dure 50 anos”, aponta Possas, em carta enviada aos cotistas.
Ele afirma que o que acabou em 2008 foi apenas um ciclo. “Isto é, uma perna do superciclo”, explica. Ele ressalta que o minério de ferro não vai voltar a custar US$ 10 a tonelada, nem o açúcar a US$ 0,12 cents a libra. A China também não vai deixar de crescer – apesar de crescer menos. “Ainda assim, a taxas boas, de 7% a 7,5% [ao ano]”, acredita.
De acordo com o gestor, a precificação do Brasil envolvia uma queda maio no preço das commodities. No entanto, ele diz que o preço minério de ferro, nosso principal item de exportação, não vai recuar tanto, já que a produção de aço continua aumentando e, nos próximos anos, haverá uma grande substituição do minério de ferro chinês doméstico por importado – devido ao rápido esgotamento das minas locais.
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“Nas commodities agrícolas, a alta de 2012 teve a ver com quebra de safra nos Estados Unidos e não com aumento de consumo na China. Com a volta ao normal, os preços caem. Isso é ciclo e não superciclo”, conclui.