Magazine Luiza ganha mais espaço para crescer com Estante Virtual; analistas veem Amazon brasileira

Analistas apontam os benefícios da nova aquisição do Magazine Luiza

Pablo Santana

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – A compra da Estante Virtual feita pelo Magazine Luiza (MGLU3) intensificou a ameaça contra o crescimento da Amazon no país, segundo analistas.

Fechada em R$ 31 milhões, a aquisição aconteceu na última quinta-feira (28), em leilão realizado na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais e marca mais um movimento de ampliação da companhia, que também é dona da Netshoes, Zattini e Época Cosméticos.

Para Alexandre Machado, sócio-diretor da GS&Consult, a nova aquisição vai de encontro ao propósito da companhia de ser uma empresa presente nos mais diversos canais, sobretudo, no e-commerce – ao agregar plataformas e empresas com conceito digital.

Além de incorporar o “know how” dos novos negócios e ampliar as categorias de atuação da companhia, o movimento também pode acrescentar ganhos nas áreas de gestão ao incorporar profissionais com novos olhares a estrutura, aponta o analista.

Alguns relatórios do mercado apontam a mudança parece como positiva, que pode fortalecer seu SuperApp com o acréscimo dos novos vendedores da Estante Virtual ao marketplace do Magalu, além de atrair novos clientes para sua plataforma.

Muito além da ampliação da categoria de livros, a compra também vai aumentar a base de dados da empresa, fortalecendo o processo de tomada de decisão baseado nas informações sobre os hábitos de compra dos consumidores.

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“O know how e a base de novos clientes são os dois grandes benefícios da aquisição, porque com isso ela pode ofertar todo o seu ecossistema de produtos e soluções para esse novo público, excluindo os que devem estar sobrepostos. O Magalu é um player grande que vem agressivo e vai incomodar os menores e os que estão com dificuldade, como a Saraiva”, aponta Machado.

Outra questão que deve ser considerada na operação, de acordo com Murilo Breder, analista da Levante, foi o preço que o Magazine Luiza pagou pela Estante.

A plataforma trabalha com uma taxa mínima de aceitação de 20% – acima da taxa média de 12% registrados nos negócios de comércio eletrônico, foi comprada por um preço bem abaixo do que a Livraria Cultura, que encontra-se em recuperação judicial, esperava.

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“O Magazine Luiza deu mais um passo para se tornar cada vez mais próxima de uma Amazon Brasileira. Esse é um negócio que a empresa pode rentabilizar muito, principalmente porque, diferente da compra da Netshoes, que ela precisou fazer um aporte financeiro na companhia após a compra, no caso da Estante Virtual, isso não pode acontecer necessariamente”, afirma Breder.

O analista ainda pontua que, com a incorporação da Estante Virtual ao ecossistema do Magalu, a varejista pode sair na frente de outras livrarias e marketplaces do segmento de livros, por conta da sua malha eficiente de entregas, composta por 17 centros de distribuição e mais 1.100 lojas físicas.

“A empresa está aumentando o leque de produtos que ela tem e o mercado enxerga isso, porque são um case que já subiu muito nos últimos anos e pode subir ainda mais. E, com a diminuição do desemprego e o aumento do consumo, ela pode rentabilizar ainda mais com o Magalu Pay e a Netshoes nesse cenário”.

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Com a intenção de ser o “sistema operacional do varejo brasileiro”, a companhia vai ofertar uma conta digital em parceria com o Banco do Brasil. O serviço conta com a opção de Cash-in, depósitos em lojas do físicas, pagamentos de convênios e boletos (disponível também em QR Code) e transferência de dinheiro peer-to-peer.

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Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios