Projeto revolucionário de Elon Musk para transporte será implementado no Brasil

Primeiro ponto global do Hyperloop inaugura em 2020

Júlia Miozzo

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BELO HORIZONTE* –  Em meio ao trânsito e poluição das grandes cidades, além do caos e superlotações do transporte público, o projeto de Elon Musk, CEO da Tesla, para o futuro da mobilidade é promissor – e, muito em breve, já existirá.

Chamado Hyperloop, ele consiste em uma “cápsula” que viaja através de um tubo com a tecnologia de levitação passiva magnética, permitindo viajar, por exemplo, entre Belo Horizonte e São Paulo em somente 30 minutos.

Não só o menor tempo de viagem, ela também tem outras vantagens: usa menos energia, tem zero emissão de gases e poluentes e ainda é um investimento que se paga no longo prazo, disse o brasileiro Rodrigo Sá, Head de Global Business Development da Hyperloop Transportation Technologies, a empresa por trás do desenvolvimento deste meio de transporte.

O executivo foi o responsável por apresentar o painel “Hyperloop: o futuro da mobilidade” durante a 16ª Conferência Anpei, realizada nestas terça e quarta-feira em Belo Horizonte.

Durante a apresentação, Rodrigo comentou que, especificamente no Brasil, já existem planos de implantação do Hyperloop, mas voltado para o transporte de cargas. “A gente vê um cenário de oportunidade no Brasil, onde o roubo de carga é comum e gera muito prejuízo”, disse. O transporte de carga através desse meio eliminaria os subsídios do governo, acidentes de trânsito, lentidão e principalmente o roubo e desperdício de carga.

“Já estamos em conversas com os governos de alguns estados brasileiros, nosso plano é de desenvolver um centro de P&D de cargas no Brasil”, disse. A resposta das negociações deve aparecer até o final do ano.

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Primeiro em 2020
O primeiro ponto comercial do Hyperloop que vai operar no transporte de passageiros deve estar pronto já em 2020, segundo Rodrigo, em Abu Dabhi – cuja construção deve começar ainda neste ano. “Está acontecendo agora”, disse Sá.

Na cidade, o Hyperloop terá as seguintes características: “cápsulas” que passam a cada 30 ou 40 segundos em uma estação, cada uma com capacidade para trinta pessoas – permitindo que, em uma hora, 3.400 pessoas sejam transportadas; e a validação de um “bilhete” feita com o próprio smartphone e reconhecimento facial nas catracas, aliviando a criação de filas.

Apesar da alta tecnologia envolvida, o custo de implementação do Hyperloop é de aproximadamente 1/3 do investimento em um trem-bala – além de que, por ter um baixos custos, principalmente de energia, ele se paga em cerca de 20 anos.

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“Essa é uma indústria nascendo do zero, é normal que as pessoas não acreditem no início. Mas logo logo todos já poderão ver que é real”, disse.

* A jornalista viajou a convite da Anpei