Real “surpreendente” e debate longe do fim fazem Verde Asset comprar mais dólares

Fundo gerido por Luis Stuhlberger questiona: "o mundo caminha para uma recessão ou estamos vendo apenas um soluço de crescimento?"

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – A expectativa de um longo debate no mercado sobre em qual ciclo da economia global estamos e a apreciação “surpreendente” do real no começo de 2016 são os dois fatores apontados pela Verde Asset, gerido pelo lendário Luis Stuhlberger, para justificar um aumento de exposição comprada em dólar.

Em um breve comentário feito em seu relatório de gestão divulgado nesta quarta-feira (10), a Verde Asset disse que o grande debate dos mercados atualmente pode ser resumido da seguinte maneira: “o mundo caminha para uma recessão ou estamos vendo apenas um soluço de crescimento?” Por um lado, o fundo aponta os fatores que podem estar empurrando os países desenvolvidos para uma recessão, que são o círculo vicioso que passa por colapso das commodities, aperto das condições globais de crédito, deflação e recessão industrial.

Por outro lado, ele chama atenção para o que foi intitulado em seu relatório como “a maior transferência de renda da história”, indo dos países produtores de petróleo para os consumidores. “Se essa resiliência do consumo ficar clara ao longo dos próximos seis meses, é altamente provável que estejamos apenas passando por um soluço de crescimento temporário, exacerbado pelas costumeiras tendências bipolares do mercado”, explica a Verde Asset.

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Esse debate, no entanto, deve levar ainda alguns meses, o que sinaliza mais volatilidade e incerteza nos mercados, conclui.

Real forte? É temporário, diz Verde
Todo esse cenário de incerteza desenhado pela Verde Asset deveria ter reflexo nos ativos brasileiros, especialmente o câmbio. Contudo, não foi o que vimos em janeiro, já que o Real teve uma das melhores performances no mundo. Para a gestora, esse fenômeno é temporário, o que justificou aumentar a exposição em dólar.

“Acreditamos que tal fenômeno seja temporário, ainda mais dada a inflação brasileira sistematicamente mais alta que dos pares, e temos aproveitado a volatilidade para aumentar a exposição do fundo comprada em dólar”, conclui o fundo.

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Em janeiro, o Verde FIC FIM teve resultado positivo de 1,09%, levemente acima do 1,05% do CDI. A renda fixa foi responsável por ganhos de 1,84% no portfólio, enquanto o book de moedas rendeu +0,22% e a carteira de ações perdeu 1,90%.

O Fundo Verde é um dos maiores vencedores da história do mercado brasileiro. Em 2015, por exemplo, ele teve rentabilidade positiva de 28,67%, enquanto o CDI rendeu 13,23%.

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers