Eike Batista já não é mais bilionário e tem só US$ 200 mi, diz Bloomberg

Dívidas e garantias pessoais a empréstimos quase acabam com a fortuna que sobrou ao empresário

Felipe Moreno

Publicidade

SÃO PAULO – Eike Batista já não tem mais de US$ 1 bilhão em patrimônio líquido, alertou a Bloomberg nesta quinta-feira (25) – estimando que a fortuna do ex-megaempresário agora está em US$ 200 milhões. Dois anos atrás o sétimo homem mais rico do mundo, Eike retorna agora para abaixo do patamar em que estava antes de abrir o capital de suas empresas na Bovespa: cerca de US$ 1 bilhão.

A Forbes já havia alertado que Eike estaria prestes a perder o status de bilionário – e dizia que isso mancharia sua reputação como empresário capaz de gerenciar empresas em diversos setores, de petróleo, logística, construção naval até a gestão de estádios de futebol e carreira de famosos jogadores. A diversificação excessiva de seus negócios foi vista como algo negativo.

Eike deve pessoalmente US$ 1,5 bilhão para o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, segundo apurou a Bloomberg. Antes disso, ele já tinha assumido compromissos e dívidas pessoais de ao menos US$ 2 bilhões – sobrando “apenas” US$ 200 milhões, caso elas sejam executadas. Ainda que seja um bom dinheiro para qualquer pessoa, é muito pouco se comparado com os US$ 34,5 bilhões de março de 2012, o auge de sua fortuna. As ações das empresas de Eike Batista, que despencaram na bolsa, são tidas como as principais garantias de suas dívidas. 

Continua depois da publicidade

Eike já admitiu problemas durante a crise que afeta seu grupo, e diz estar trabalhando incansavelmente para conseguir superá-la. Ele destacou também que se arrependeu de levantar capital através de bolsa. O megaempresário teve de começar a vender seus próprios ativos para conseguir pagar dívidas e impedir que elas se elevassem. 

O BTG Pactual, de André Esteves, desde março procura uma solução para a crise do grupo. O que antes era “facilmente equacionável”, nas palavras do banqueiro, parece ser cada vez mais uma missão impossível. A participação do empresário em suas empresas deve recuar bastante, como já aconteceu na MPX Energia (MPXE3), empresa em que ele já não mais faz parte do conselho de administração.