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SÃO PAULO – Conforme o periódico japonês Sankei Shimbun, as siderúrgicas japonesas realizaram acordo junto à Rio Tinto para um corte de 30% no minério de ferro. Em face da novidade, o Bradesco divulgou relatório sobre a Vale, atualizando estimativas no modelo após o possível negócio.
“Se o declínio de 30% vier à tona, será um aprimoramento das estimativas para a Vale, e com viés positivo para ação”, observam os analistas, dado que se espera um reajuste diferente para a brasileira na comparação com as australianas. “Trabalhamos com uma baixa maior em 100 pontos-base”, completam, na crença de recuo de 40%.
Especulações
Na batalha entre mineradoras e siderúrgicas, não falta especulação. “Aparentemente, as siderúrgicas (especialmente chinesas) utilizam a imprensa para influenciar as negociações”, afirma o Bradesco, adotando postura cautelosa nas projeções e também ressaltando que a novidade do Japão pode também ser um “falso alarme”.
Mesmo assim, partindo da premissa de queda de 30%, surge um novo preço-alvo para as ações da Vale: de R$ 49,30 para as ordinárias e R$ 42,30 para as preferenciais. As estimativas atuais para os papéis da mineradora são de R$ 44,00 e R$ 37,80, respectivamente.
“Ações já precificadas”
Caso a notícia tenha sido enviada à imprensa pelas siderúrgicas, a instituição financeira acredita ser um bom sinal para Vale, ao passo que o ponto de partida das negociações é um reajuste de 30% para baixo, podendo essa queda ser diminuída nas conversas entre brasileiras e japonesas, dada a diferença frente aos preços de Rio Tinto e BHP Billiton, que eram maiores no decorrer do ano passado.
Nas linhas finais, os analistas do banco alertam para um possível perigo: a extensão das negociações sobre o reajuste. Em caso de postergação, a mineradora terá que vender no mercado spot, o que reduz a estabilidade da receita. Entre tanta incertezas, “acreditamos que as ações já tenham sido precificadas quanto a notícias ruins e fraca demanda no setor”, conclui o Bradesco.